terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Coleção Histórica Nº 44


Já nas bancas a 'Coleção Histórica Nº 44', formada pelas 5 revistas números 44: Mônica (1973), Cebolinha (1976), Chico Bento e Cascão (1984), e Magali (1991).

Ficou bacana o Quinzinho na capa do box. Prova que quem aparece na capa pode ser qualquer personagem e não um que teve destaque no box, como muitos pensavam no inicio, visto que o Quinzinho não apareceu nesse box.

Em relação á distribuição até que dessa vez chegou mais cedo aqui, no dia 01º de dezembro. Quase chega em novembro ainda, que era a data certa. Mesmo assim, vendendo ainda só 1 exemplar por banca que vende e tem lugares no país que até hoje ainda não chegou. Apesar de lançarem em uma data mais cedo, a distribuição ainda está precária e tem que melhorar muito para essa Coleção chegar a todos os cantos do país.

Esse box marca por ser o último gibi da Mônica de 1973 e não tiveram muitas informações de créditos nos comentários e, no lugar, foi falado muito que nos gibis atuais não tem cenas incorretas, coisa que a gente está cansado de saber e se torna cansativo.


Histórias de abertura e comentários gerais:

Das histórias de aberturas, todas eu conhecia e já tinha lido de alguma forma. Porém, gibi original só tenho mesmo da Magali, como sempre. Vamos aos comentários: 

Mônica - "Um cometa para o Natal" - A turma tenta impedir que diabinhos que subiram ao Céu, poluam o Céu na noite de Natal e apaguem o cometa de Natal que os anjos prepararam.

Esse foi o último gibi da Mônica de 1973 e por coincidência uma história de Natal nessa época de final de ano. Por causa da periodicidade bimestral, a cada 2 anos o Natal coincide nos gibis da Mônica, desde que a distribuição não atrase. Lembro que em 2012, a edição Nº 32 dela, também com história de Natal chegou superatrasada, só sendo lançada em janeiro de 2013.

A história de abertura foi a única com tema natalino da edição.  Nos comentários, o Paulo Back fala que a Mônica ficou estranha em desenho bidimensional, em um ângulo visto por cima, na história "O que será que há dentro da caixa?", em que os personagens tentam descobrir o que tem dentro de uma caixa que encontraram na rua. Eu até gostei do desenho assim, bem melhor que os novos, que são feitos tridimensionalmente e no computador. Abaixo, mostro essa cena:

Trecho da HQ "O que será que há dentro da caixa?"

Um detalhe que mantiveram cores na história "O Grande virtuose", em que o Jotalhão tenta tocar violino. Foi deixado alguns erros, como o Teodoro, filho do Coelho Caolho aparecer com pele amarela no primeiro quadrinho e com camisa amarela em 1 página inteira e depois vermelha em um quadrinho na página seguinte. Assim que tem que ser de manter os erros e falar sobre isso nos comentários, se quiserem e, não ficar corrigindo para deixar tudo perfeito. E até que dessa vez teve comentário da tirinha final, coisa que é raro acontecer.

Em relação a créditos, de 13 histórias, apenas comentaram créditos completos de roteirista, desenhista e arte-final em 5 delas, as que foram feitas pelo Mauricio. Apenas a de abertura que fala de desenho e arte-final que também foram feitos por ele. Fica a dúvida se nas outras foram ou não. Já em 8 histórias não foram falados de créditos nenhum.

A capa ficou bacana, com a camisa do Anjinho e o Bidu brancos por causa do fundo azul, para destacar. Ainda bem que mantiveram brancos e não resolveram colocar outro tom de azul. 

Cebolinha - "O Capitão chiclete" - Um funcionário de uma fábrica cai em um tonel de preparo de chiclete e se transforma no Capitão Chiclete, um vilão que deseja roubar todos os chicletes do mundo.

Dessa vez tiveram mais histórias do Cebolinha nesse gibi, até como forma de compensar a edição Nº 43, que quase não teve histórias dele. Uma história curiosa foi "A mudança", em que o Cebolinha tenta convencer a Mônica de desistir de bater nos outros com o coelhinho. Nela, aparece a Mônica correndo atrás da Magali, junto com os outros meninos, para bater. Foi no início da história e depois no final. Uma cena muito rara de acontecer e bem surpreendente.

Na história "Ferradura da sorte", em que o Cebolinha encontra uma ferradura na rua que lhe dar sorte, além de comentar que nos gibis novos não tem armas, teve uma citação da alteração da arma por uma lagosta na 'Clássicos do Cinema Nº 43', com o Paulo Back falando que hoje vale tudo para alterar as armas nos almanaques atuais, como se fosse a coisa mais natural possível trocar uma arma por uma lagosta. Nada a ver isso. Achei estranho.

Outra história de destaque foi "Cebolinha e o táxi", que encerrou o gibi. Nela, o taxista João é perturbado pelo Cebolinha e o Cascão, que queriam ir para a Rua Parafinas. É típica de uma história que se encaixaria com o Seu Juca no lugar, que havia sido criado na época, só que com traços diferentes, mas colocaram outro personagem como taxista e foi falado nos comentários que esse João apareceu em outras histórias, e não apenas nessa. Bem curioso.

Trecho da HQ "Cebolinha e o táxi"

De 15 histórias, 9 não tiveram informações de créditos. Crédito completo só na abertura e em "O Galinhão", em que o Cebolinha e o Cascão confundem um avestruz com uma galinha gigante. Nas outras, mostram só quem fez roteiro ou faltam informações de desenho ou de arte. 

Chico Bento - "Eu faço melhor"- Deus dá o poder de criação para o Chico criar um mundo novo, depois de ter reclamado da cidade que era feia e poluída.

Dessa vez lamentavelmente voltaram a alterar o caipirês do Chico nessa história de abertura. Na original palavras como "esperano", "pensano", "mió" mudaram agora para "esperando", "pensando" e "mior". Em apenas uma fala mantiveram, "isquentano", que pelo jeito ficou despercebido e esqueceram de mudar. Já na história de encerramento "Eta, macho" , em que o Chico encontra com assombrações ao voltar para casa, não alteraram o diálogo dele com a Rosinha na primeira página.

Trecho da HQ "Eu faço melhor": caipirês alterado

Mais uma bola fora da Coleção Histórica. Não dá para entender porque vivem mudando o caipirês do Chico. O que custa manter exatamente como era nos gibis originais para gente comparar como era os primórdios do caipirês dele. Acho revoltante e inadmissível qualquer mudança linguística em relação às originais.

Em relação a créditos, não informou quem fez a arte na história "Voar" do Papa-Capim (em que o cafuné cria asas após o desejo de querer voar) e desenhista em "Torresmo apaixonado" (em que o Torresmo se apaixona pelo cofrinho do Chico, pensando que era uma porca de verdade.

De curiosidade, esse foi o último gibi do Chico Bento com a promoção da "Cartela Milionária" na capa, e, consequentemente, o último com selo da promoção na lateral superior direita da capa, depois de 13 edições. O gibi do Chico foi o primeiro a ter em relação ao Cascão por causa do calendário, por isso também foi o primeiro a acabar. "Chico bento Nº 32' foi o primeiro a ter essa promoção enquanto que 'Cascão Nº 33' foi quando começou. Com isso, 'Cascão Nº 45' ainda teve a promoção. 


Cascão - "O Cascão vai casar" - Cascão entra em um casamento por engano e acaba pegando o buquê. Então, ele tenta se livrar de qualquer maneira do buquê quando a Cascuda se aproxima, pensando que a Cascuda quer se casar com ele.

O desenho dessa história é muito bom, tinha que ser da Rosana. Toda a história muito bem desenhada, as mulheres ficaram simplesmente sensacionais. A curiosidade é que na Editora Abril e nos primeiros anos da Globo, a Cascuda ainda não era namorada oficial dele, e aí tinha histórias com cada um com namorados diferentes.

Trecho da HQ "O Cascão vai casar"

Como história de destaque, "Dia de limpeza", em que o anjo da guarda do Cascão, revoltado que fica todo sujo protegendo o Cascão, faz de tudo para ele não sair mais de casa. Nos comentários da história "Bonita como nunca", em que uma menina tenta se livrar de um trote no seu aniversário, a gente descobriu que trote de aniversários, brincadeira de quando o pessoal taca farinha e ovo quando alguém faziam aniversário, também foram abolidos dos gibis atuais. 

De 6 histórias, só abertura e "Bonita como nunca" tiveram créditos completos. Tem histórias que até chega a falar quem desenhou e arte-finalizou, mas não diz quem foi o roteirista.

Magali - "É um espanto" - Magali tenta desvendar o motivo de seus amigos estarem misteriosos e esconderem dela comida e guloseimas que acabaram de comprar.

Essa história é comemorativa do aniversário de 2 anos da revista da Magali. Naquela época, tudo era motivo de comemoração. Tem até detalhe de falar da data de lançamento da revista: 22 de fevereiro. Uma história com ideia tão criativa e legal assim tinha que ser da Rosana mesmo. Ela também a desenhou, então, dá para deduzir que traços assim com a Magali com franja em maior destaque, mais comuns nos primeiros números da Magali, foram feitas pela Rosana.

Trecho da HQ "É um espanto"

Curiosamente, essa foi a única história com comemoração da Magali na Editora Globo, já que edições como "Nº 100" e "Nº 200" dela, entre outras, infelizmente não tiveram comemorações. Por isso essa "Nº 44" se torna uma edição especial.

Esse gibi teve também a história "Continua amanhã" do Dudu perguntando quando chega "amanhã". Foi a primeira história do Dudu sem fazer referência a sua característica de rejeitar comida, sendo outra coisa especial da edição. Tem curiosidade também na história "No embalo", em que a Magali ganha presentes alimentícios de vários pretendentes de namorados. Apesar de até então  já ter aparecido histórias do Quinzinho namorando com a Magali, volta e meia ainda apareciam outros pretendentes para a Magali.

Nos créditos, a única que apareceu completo foi em "Magali não quer nada" (em que a Magali recusa comprar cachorro-quente, pipoca e maçã-do-amor dos vendedores), que foi a única que mostrou quem fez a arte-final. As demais só mostraram quem foi o roteirista e o desenhista.

A capa em relação à original tiveram proporções diferentes, tanto no logotipo, quanto no desenho. Na original, era mais ampliado, tanto que o bolo apareceu cortado no canto direito e agora deixaram tudo mais reduzido e a serpentina debaixo do bolo não foi desenhada. Pelo menos, o selo da CHTM não apareceu ao lado do logotipo como nas edições anteriores. E a colorização também com tons diferentes. Mas, isso acontece em todas as revistas da CHTM, afinal, nas originais eram coloridas tudo de forma artesanal, e agora como tudo é computadorizado, não encontram um tom parecido com a original. Abaixo, a comparação com o gibi de 1991:

Comparação das capas de 1991 e da CHTM # 44

24 comentários:

  1. Estou esperando a minha chegar. Já foi enviada! Neste mês estarei mais feliz com ralação a Turma da Mônica.

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    1. Legal Heri! Sem dúvida, essas hqs são melhores q as novas. Boa leitura quando chegar.

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    2. Não se esquece dos almanaques e das edições especiais de Natal, que também são melhores do que as novas. Ou seja, a CHTM, os almanaques e os almanaques de Natal são os melhores gibi da atualidade. Abraços!

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  2. sem dúvidas as capas originais são mais bonitas. Eu gosto do capitão chiclete, apesar de não ter lido a história original dele, eu o vi no Cebolinha 500. Poderiam fazer mais histórias com ele e outros vilões antigos, tipo uma liga de vilões do mal.

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    1. Tbm acho as capas originais sempre melhores, tudo mais artesanal e sem poluições bobas de selo da CHTM, aviso q não podem ser vendidos separadamente, etc.

      A intenção dos vilões era para os vilões aparecerem só em 1 hq mesmo, mas quem sabe, façam outras hqs com eles.

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  3. Já na coleção..só li a da Mônica(Natal)..o resto vai esperar!! xD

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    1. Entendo Xandro, muita leitura atrasada. Quando vc ler os outros gibis desse box vc vai gostar.

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  4. Nem sabia que trote de "Farinha e ovo" tava proibido tb, me lembra aquela história de abertura de Monica 237 de 1998 que tinha o titulo de "Farinha e Ovo" onde os meninos armar um trote pra sacanear o Titi no dia do seu niver e no final acaba sobrando pra todo mundo, incluindo a Mônica e até o Fabinho(um dos varios "Peguetes" da Dentuça.)

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    1. Na verdade é monica 137, hihihi...

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    2. Eu lembrei dessa hq quando vi esse comentário da CHTM. Ela é legal. Ou seja, essa é uma hq banida da MSP, até para republicação, já q o tema central era o trote....

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    3. E tem um trecho dessa HQ em que a Magali, numa tentativa de salvar a Monica do Trote, acaba comendo os ovos que foram atirados pelos meninos .mas a comilona acabou se sentindo mal pois os ovos estavam podres, mas impoliticamente correto, impossivel...

      E a HQ parece que foi escrita pelo Emerson de Abreu, devido as linguas de fora e a uma cena em que o cascão fala "Mas isso não é impoliticamente correto?".

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    4. Ela é bem incorreta mesmo. Impublicável, sem dúvida. É do Emerson, sim. Eu adorava as línguas de fora daquele jeito. sendo a única careta q tinha nas hqs.

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    5. Marcos, esse papo de vocês tá tão bom, que acabei lembrando dessa HQ Farinha e Ovo, de MN # 137, de 1998. Simplesmente, eu adoro e tanto essa HQ, que acaba se tornando uma das melhores HQs que eu já li na vida.

      Mesmo que eu não tenho o gibi original, ela foi republicada no Almanaque da Mônica # 98, de 2003, que foi onde li pela primeira vez e acabei me encantado. Mas acho que vocês tem razão, ela é totalmente impublicável, porque eu acho que trotes não tem mais nas HQs.

      Uma HQ tão boa como essa tinha que ser do Emerson Abreu mesmo. E concordo plenamente, que as línguas pra fora era a melhor careta de todas. Agora, esse lance de olhos esbugalhados e caretas bizarras tão enchendo o saco, parece até desenhos animados bizarros.

      Só que anos depois, eu acabei encontrando esse gibi de 98 na minha antiga escola, e depois que sai de lá, acabei baixando esse gibi da internet, só que por causa do meu novo computador, acabei perdendo esse gibi. Quem sabe eu baixe de novo, porque esse gibi todo é ótimo!

      Então, por favor, Marcos, quem sabe um dia, você fale dessa HQ que eu considero uma obra-prima do Emerson Abreu. Só mesmo o final dos anos 90 que o Emerson tinha uma bela criatividade. Abraços!

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    6. Sim, essas caretas exageradas enchem o saco. Tenta baixar de novo esse gibi. Quando der, falo dessa hq. Abraços

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  5. Sempre tem que atrasar... Pra você ter uma idéia eu encontrei a caixa do volume 43 na banca no dia 28 de novembro. As revistas de dezembro não vi ainda.

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    1. Fica complicado. Em todo lugar chega em data diferente e com muito atraso. Tem lugares q nem chegam. Eles têm q melhorar muito essa distribuição.

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  6. Mesmo sendo Coleção "Histórica", sempre farão alguns ajustes, mesmo discretos. O pessoal do MSP para não contentar em produzir péssimos gibis mensais e, ainda, gosta de meter a mão nas coisas boas do passado.

    Este é único box que aguarda leitura. Penso em começar em breve.

    Sobre o Quinzinho na capa, não tem jeito. Já esgotaram a lista de "protagonistas", de personagens da linha de frente, e agora vão explorar todos os nichos. Mas o leque de personagens por núcleo é longo (especialmente pelos que apareceram apenas uma vez, em alguma história clássica) e ainda renderá bastante.

    Abraços, Marcos.

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    1. Eles têm q variar bastante os personagens da capa do box, colocando de todos os núcleos. Sempre gosto das imagens escolhidas.

      Agora quanto ao conteúdo alterado q é péssimo, tudo pra adaptar com os gibis atuais. Isso q estraga a coleção. Quando vc ler, vai gostar bastante desse volume.

      Abraços

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  7. Tenho que comprar dessas! Ao menos uma delas!

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    1. Esse box aí dá ainda pra encontrar nas bancas. Já os anteriores só na internet, como sites da Saraiva, Submarino, etc. Vale a pena ter.

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  8. Oi, Marcos, estava atrasada nas leituras da coleção histórica e só consegui colocar em dia agora no recesso. Adoro histórias natalinas e fiquei feliz de ter vindo o gibi da Mônica de dezembro de 1973.
    Só posso concordar quando vc diz "Mais uma bola fora da Coleção Histórica. Não dá para entender porque vivem mudando o caipirês do Chico. O que custa manter exatamente como era nos gibis originais para gente comparar como era os primórdios do caipirês dele. Acho revoltante e inadmissível qualquer mudança linguística em relação às originais". Diante dessas mudanças linguísticas, fica difícil usar a coleção histórica como comparação com a fala atual e a antiga dos gibis, pelo menos no caso do Chico, se quiser, terei que ir atrás dos originais mesmo...
    Mas é claro que continuarei acompanhando para ler as histórias. Grande bj, Marcos, um feliz natal (atrasado) e um próspero ano novo!

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    1. Com certeza, Natália, não dá para garantir q não tenha alterações linguísticas, principalmente no Chico. Uma pena, não dá pra entender mesmo essas mudanças sem necessidade. Por isso, as originais sempre melhores. Mas, essa Coleção vale para ler boas hqs, mesmo q alteradas.

      Um Feliz Natal atrasado e um excelente Ano Novo.

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  9. A do táxi sempre me veio a mente de que o motorista seria o protótipo do Seu Juca, embora se chame João e tem até uns pontos físicos em comum tipo o bigode e por ter ficado louco no fim.

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    1. Uma hipótese de terem criado um personagem assim, só que inicialmente com outro nome e depois resolveram renomeá-lo como Juca.

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