sábado, 29 de novembro de 2014

Magali: HQ "Substituindo Lili Maga, atriz de cinema"

Mostro uma história de quando a Magali precisou substituir uma famosa atriz de cinema, sósia sua, em uma filmagem para um filme. Ela tem 11 páginas e foi história de encerramento de 'Magali Nº 60' (Ed. Globo, 1991).

Capa de 'Magali Nº 60' (Ed. Globo, 1991)

Começa a atriz Lili Maga, idêntica à Magali, gravando uma cena de um filme, quando um mosquito pica o cavalo em que ela estava montada, que faz com que ela leve um baita tombo no chão. O diretor interrompe a gravação e como a Lili Maga não viu que foi uma mosca que picou, fica braba e reclama que como podem ter arranjado um "potro xucro" daquele.


O assistente diz que foi o cavalo mais manso que arranjaram. Porém, Lili Maga não aceita a desculpa e abandona as filmagens. O diretor fica desesperado, falando que eles vão perder milhões, e ela não quer saber, manda procurar outra atriz e vai embora.

O diretor fica nervoso, afinal, já tinham rodado quase todo o filme. O assistente sugere contratar alguém parecida com a Lili Maga. Ele arruma várias atrizes, só que nenhuma se encaixa no perfil, ou porque era muito alta, ou muito baixa, ou dentuça, ou nariguda e sardenta.


O assistente, então, resolve rodar o mundo todo em busca de alguém igual a Lili Maga. Não consegue achar ninguém e, de volta ao Brasil, quando estava quase desistindo, resolve pedir um cachorro-quente. Só que pra sua surpresa, aparece a Magali pedindo 20 cachorros-quentes. O assistente pensou que era a famosa atriz Lili Maga pedindo cachorro-quente na rua, mas o vendedor fala que aquela era a Magali, atriz de histórias em quadrinhos. Ele fica eufórico, gritando que encontrou a substituta para Lili Maga e a leva correndo para o estúdio.


Chegando lá, o diretor pensa que a Lili Maga aceitou a rodar o filme e o assistente fala que era a substituta. O diretor conta toda a história para a Magali, que aceita a filmar, mas tem que falar com os pais dela. Seu Carlito assina o contrato e a Magali começa o seu dia na filmagem. Só que tinha o problema que a Magali era mais magra que a atriz e tinha que engordar um pouco.


Com isso, a Magali come 100 cachorros-quentes, mas só engordou meio grama. Em seguida, eles pedem várias pizzas, yakissobas, feijoada e a Magali come tudo, mas só consegue engordar 2 gramas. O diretor fica impressionado que come muito e não engorda. O assistente, então, traz uma roupa com enchimento feita pela costureira. Magali lamenta um pouco porque preferia continuar comendo.


Finalmente começam a filmagem. Só que com a diferença que a cada cena, a Magali aparece comendo ou com alguma comida na mão, A filmagem termina e foi um sucesso. O diretor agradece, falando que a Magali tem futuro e quando resolver trocar as histórias em quadrinhos pelo cinema, para chamá-lo.

No final, quando sai do estúdio, Magali escorrega em uma casca de banana e leva um tombo, precisando ser levada para o pronto-socorro de maca. Como, não pode continuar com a historinha, Mauricio procura a atriz Lili Maga, que estava de férias, para substituir a Magali no final da história.


Acho essa história muito legal envolvendo metalinguagem e a grande característica da Magali de comer como um batalhão e não engordar. Para não dizer que engordou, ela ganhou 2,5 gramas depois de tudo que comeu antes da filmagem.


É engraçada as partes envolvendo metalinguagem, quando  o vendedor fala que a Magali é atriz de história de quadrinhos e o diretor falando que para chamá-lo quando ela resolver trocar as histórias em quadrinhos pelo cinema. E uma boa sacada no final com a tentativa do Mauricio convencer a atriz substituir a Magali, fazendo o caminho inverso. 

O diretor foi chamado apenas de "Seu Diretor" pelo assistente, que também não ganhou nome. Apenas a costureira que colocaram, sendo chamada de "Dona Vilma". E, logicamente, eles só apareceram nessa história. Na postagem, a coloquei completa.


Outra coisa curiosa é que com 11 páginas, colocaram como encerramento em vez de abertura. É que na época eles tinham vários estilos de traços, e os que foram usados nessa história eram típicos de histórias de miolo, por isso, resolveram colocá-la no encerramento. Aliás, traços muito bons, por sinal. tem até detalhe de quando eles estavam filmando, os quadrinhos ficaram com cantos arredondados, ficando melhor ainda.


Vale lembrar ainda que na época, os roteiristas gostavam de fazer histórias com sósias dos personagens, muitas vezes um se encontrando com o outro e aí resolviamm trocar de lugar, um viver a vida do outro, para tirar proveito. Esses sósias apareciam do nada e sem explicação de como se parecem tanto com o personagem, sem ser irmãos, como tem que ser. Nessa, por exemplo, a Lili Maga se parece com a Magali e pronto, sem explicação nenhuma se são parentes distantes ou não. Afinal, é história em quadrinhos e, pela lógica, não tem que ter preocupação de ficar explicando tudo, apenas se divertir com o roteiro. 

24 comentários:

  1. Ola Marcos!

    Primeiramente gostaria de te parabenizar por esse blog delicioso e nostalgico!!!! Achei seu blog por acaso e ja estou viciada nele!!!! Paranos,com trinta e poucos anos, e uma delicia relembrar das propagandas, capas etc Lembro q tive a maioria das revisitinhas q vc posta aqui pois todo domingo era dia de ir ao jornaleiro com meu pai,rs hj infelizmente, depois de alguns anos rs muitas foram perdidas, mas ainda tenho algumas na casa dos meus pais! E morando no exterior,ainda peco pra eles na medida do possivel me mandarem gibis pra mim pois a assinatura internacional eh uma facada!!!!

    Aproveitando, gostaria de saber se vc tem um gibi q a HQ era da Monica treinando lambada...era daquela fervorosa da lambada do final dos anos 80 e comeco dos 90!

    Obrigada!!

    Babi

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    1. Oi Babi seja bem vinda, obrigado pelo comentário e q bom q tá gostando do blog. Realmente esses gibis antigos são nostálgicos e valem a pena reler sempre.

      Sobre essa hq da lambada, ela foi de Mônica Nº 45, de 1990, e falei aqui brevemente dela, mostrando trecho dela, quando tinha sido republicada de novo no Almanaque da Mônica Nº 38, de 2013. Aqui o link da postagem:

      http://arquivosturmadamonica.blogspot.com.br/2013/03/surpresa-no-almanaque-da-monica-n-38.html

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  2. Gostei bastante do Final kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

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    1. kkk. Eu tbm adorei, desde o tombo da Magali por causa da casca de banana, até o Mauricio pedindo pra Lili Maga substituir. Muito bom.

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    2. Estas histórias com sósias que apareciam eram mesmo bem comuns, como a do Cebolinha com o Claudionor, mas elas acontecem de vez em quando hoje, como no Cebolinha 76 da Panini, onde o Xaveco encontra um sósia do nada e troca e lugar com ele e depois o sósia vai embora.

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    3. Sim, isso era bem frequente antigamente, mas nada impede de vez em quando aparecem. Essa do Xaveco não conheço.

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  3. A partir de qual edição das revistas da Turma da Mônica que começaram a colocar o rosto dos personagens ao lado do logotipo?

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    1. Guilherme, foi a a partir dos gibis de fevereiro de 2003 q todos passaram a ter isso. As da Mônica e Cebolinha foram as de Nº 200 em cada e as do Chico, Cascão e Magali coincidiram com o último mês de revistas quinzenais, sendo Chico Bento Nº 418, Cascão Nº 420 e Magali Nº 356

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    2. Ô Guilherme, deixa eu ter ajudar: As revistas da Turma começaram a ter o rosto dos personagens ao lado do logotipo desde fevereiro de 2003, com exceção do Chico Bento em janeiro, que foi a primeira que teve o rosto perto do logo. E essas edições são:

      - Mônica # 200
      - Cebolinha # 200
      - Magali # 356
      - Chico Bento # 418
      - Cascão # 420

      Então é isso, espero que eu realmente te ajudei sobre as edições das revistas que começaram a ter o rosto do personagem perto do logo. E você, Marcos, o que acha? Eu me sai bem? Se eu errei, então me corrija! Abraços!

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  4. Ótima essa história...os traços são tão bonitos..nesses gibis da panini tem historias de abertura menores que essa..tem alguns que a historia de abertura eh menos do que a de encerramento.

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    1. Traços muito bons mesmo dessa hq. Em todas as fases, as vezes tem hqs de abertura menores q a do encerramento, sendo q na Ed. Abril era mais comum acontecer. Já teve hqs de abertura com 3 páginas na época.

      Na Panini, parece q eles tem um critério de história de abertura ter pelo menos 9 a 10 páginas. menos q isso vai para o miolo. Mas, dão preferência mesmo a hqs longas.

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    2. Eu não acompanhei nenhum gibi da abril,pois em sebos em não encontro e Tb não acho pra ler Online..mas eu parei de comprar gibis deles pq agora o preço so aumenta e vou ver a HQ de abertura e na maioria das vezes fica uma droga..sempre que compro um gibi espero que a HQ de abertura seja a maior e a melhor do gibi pois eh A principal..

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    3. Gibis novos são fracos, é melhor comprar os antigos em sebos. Nem sempre as hqs de aberturas são as principais dos gibis, as vezes tem hqs maiores no miolo ou até mais importantes do q a de abertura. Mas, na maioria a abertura é a principal.

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  5. Fabiano, era normal mesmo aparecerem sósias dos personagens. Em todos os 5 principais já tiveram hqs assim. Essa da Glida, apareceu primeiro em Mônica Nº 45, de 1974 e depois deve ter aparecido em outra, q é essa q vc tem.

    Abraços

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  6. Nunca tive esse gibi. Mas essa capa é quase clássica.

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    1. Essa capa é maravilhosa, sem dúvida se enquadra em uma Top 10 em relação à criatividade.

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  7. Poxa, não conhecia essa história. Mas parece bem legal mesmo, e a capa com referência a Pac-man então, demais!

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    1. Essa capa é excelente e as hq tbm muito boa mesmo. Dá pra notar q eles tinham uma criatividade muito grande.

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  8. Marcos, muitos parabéns por ter falado dessa história. Eu, como não tenho Magali # 60, deu até vontade de ter esse gibi na minha coleção, por causa da capa ser paródia do Pac-Man, da HQ inicial Nada para Comer e dessa história, Substituindo Lili Maga, Atriz de Cinema.

    Os traços dessa história são espetaculares. Adoro muito quando as HQs de miolo tem traços assim.

    E aposto que você não sabe, mas de acordo com o Guia dos Quadrinhos, essa história da Lili Maga foi republicada no Almanaque da Magali # 27, de 2000, que abriu com a bizarradamente engraçada e hilária Pouco Sal... Mas Muito Açúcar, de MG # 47, em que a Magali muda o visual, pois um menino a achou sem graça.

    E como é um HQ de sócias, ela me lembrou duas HQs assim: A primeira é a da Gilda, Ah, Gilda, Gilda!, de MN # 45, de 1974, em que a Mônica encontra uma menina parecida com ela na rua, a Gilda, e faz de tudo para protege-la do Luisinho, chefe de uma turma de gangues, que só apareceu nessa história. Eu acho muito mesmo que você deveria falar dessa história, mas acho que você não conhece ela, já que acho que você deve ter poucos gibis da Abril. Só para constar, essa HQ da Gilda foi republicada no Almanaque da Mônica # 4, de 1979. Pelo menos, foi republicada na época certa, já que sempre foi permitido republicar HQs de 5 anos atrás.

    Agora, a segunda, e a que eu queria muito que você poderia falar mesmo aqui no Blog, é O Dia em que o Cebolinha falou "Certo" em vez de "Celto", original de Cebolinha # 134, de 1984, e republicada no Almanaque do Cebolinha # 16, de 1992. Nela, o Cebolinha encontra um tal de Claudionor, que é parecido com ele, então os dois trocam de lugar, e nesse meio tempo, todos pensam que o Claudionor é o Cebolinha, porque incrivelmente, o Claudionor fala melhor do que o Cebola. Enquanto o Cebolinha troca o R pelo L, o Claudionor fala corretamente, causando muita confusão. Mesmo eu nunca ter lido antes, seria uma boa se você falasse dela aqui no Blog, já que essa eu acho que você conhece mais do que aquela da Gilda.

    Então, eu espero que você conheça as duas HQs de sócias que eu citei. E teve um boato que o Xaveco também teve uma HQ assim, no Cebolinha # 76, de 2013, mas como eu não tenho esse gibi, eu não conheço e nem você também.

    Então, parabéns por você ter falado dessa HQ da Lili Maga, e só por coincidência, eu encontrei esse gibi lá no sebo perto de casa recentemente, e como eu tô sem dinheiro pra comprar, espero que não comprem esse gibi antes de eu voltar lá pra comprar.

    Então, terminando o comentário, espero que você fale dessas HQs de sócias que eu citei, principalmente a do Claudionor. Abraços!

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  9. Correção: a Gilda apareceu primeiro em 'Cebolinha Nº 2', de 1973, e a sua volta foi em 'Mônica Nº 45', de 1974.

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  10. Eu li essa história num Almanaque da Magali, acredito, realmente boa (aliás o lance da fase da Globo era esse: o desenho normalmente era bem, bem simples, com muito pouco detalhe, mas o roteiro compensava bem). Não lembro qual foi a edição do almanaque, e no Guia dos Quadrinhos eu não encontro, mas fica aqui a informação.

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    1. Ah: e o engraçado é que nesse almanaque essa TABMÉM foi a última história...

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