sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Mingau: HQ "Apuros de um gato"

No dia de Halloween, mostro uma história bacana em que o Mingau precisou enfrentar uma bruxa quando ele estava procurando por comida. Tem 8 páginas e foi a história de encerramento de 'Magali Nº 18' (Ed. Globo, 1990).

Capa de 'Magali Nº 18' (Ed. Globo, 1990)

Começa o Mingau se enroscando nos pés da Dona Lina, mãe da Magali, pedindo comida depois do almoço e ela se recusa a dar. Ele sai de casa cabisbaixo e resolve ir à luta atrás de comer algo na rua.


Primeiro, o Mingau vai a um restaurante, se senta na mesa com o menu na mão e pede algo com muito peixe e muito creme de leite ao garçom, que ao ver o gato lá, dá um chute nele expulsando do restaurante. Mingau reclama que com os gatos do cinema isso dá certo e volta a procurar comida. No caminho, vê uns gatos revirando lixeira, mas ele não aceita por não estar tão desesperado para comer.


Quando se conforma em voltar para casa esperar a janta, surge uma sardinha na sua frente, mas ele não vê que era uma armadilha em que a sardinha estava amarrada por um fio. Mingau tenta pegar sardinha, mas ela é puxada e o Mingau cai no chão. Depois tenta de novo e não consegue também. Na terceira tentativa, ele consegue, mas é capturado por uma bruxa com uma rede e diz que agora ele terá um novo lar. 


Mingau diz à bruxa que sabe que ele é fofinho, lindo e irresistível, mas não quer ficar lá. Com isso, tenta fugir pela janela, só que a bruxa lança um raio e o traz de volta. Mingau insiste em dizer que não vai ficar lá porque ele é da Magali, até que a bruxa traz um frango assado a ele. Ele adora e pensa em ficar lá mais um pouco. 


Enquanto come, a bruxa fala que só estava faltando pelo de gato gordo para acabar a sua poção da maldade para se tornar a bruxa mais malvada. Mingau ouve tudo e tenta fugir, mas a bruxa o pega de novo. Com o Mingau nas mãos, ela fala que precisaria tirar pelos dele todos os dias. Ele fica desesperado, dizendo que desse jeito ia ficar pelado. 

Quando a bruxa pega a pimenta para a poção, o Mingau aproveita para assoprar em direção aos olhos dela. Ela passa a ficar com olhos ardendo e lança raios por todos os cantos e nessa hora o Mingau consegue escapar e vai correndo para casa. 


No final, Magali estava preocupada com a demora dele e entrega a sua janta. Ele come tudo e se enrosca na dona Lina, pedindo mais. Ela não aceita porque não quer outro comilão em casa. Então, Mingau lança um raio em direção à geladeira, que faz abrir sozinha e as comidas se levitam sozinha até ele. Mingau herdou o dom de mágica da bruxa. Magali e sua mãe desmaiam e o Mingau diz que ser gato de bruxa tem suas vantagens.


Acho essa história muito boa, de fato ele passou um sufoco e se apavorou com a bruxa malvada, tudo por causa da sua gula. Engraçada a cena do Mingau em um restaurante com o menu na mão e logo depois sendo chutado. Personagens sendo chutados não tem mais atualmente, ainda mais bichos.  Dá para notar que nessa época, o Mingau era mais comilão, assim como a dona, e, então passava vários perigos por causa disso.


Os traços excelentes, adorava os desenhos do Mingau assim, sem dentes caninos à mostra a toda hora como é hoje. Assim como nessa história era bem melhor.  Era também mais gordo, porque comia toda hora, diferente da Magali, que nunca engorda. Na postagem a coloquei completa.

Gosto de histórias do Mingau na rua, fora da sua casa. Sempre achei que, além de contracenar com a Magali, mostrando os costumes dos gatos, ele devia ter sua turma de gatos fixos, mas isso nunca aconteceu. Os gatos com quem ele contracenava sempre apareceram só em 1 história. A que apareceu mais vezes, recentemente foi a gata Aveia, que é sua namorada oficial, mas que anda sumida. 


Legal nas histórias do Mingau é retratar os costumes dos gatos, Nessa, por exemplo, ele se enrosca nas pernas da mãe da Magali para pedir comida, exatamente como um gato de verdade faz, Outra coisa interessante nas histórias dele, que dá impressão que a Magali ou outras pessoas entendem o que ele está falando. Fazem de uma forma que até estão dialogando tranquilamente. E os gestos dele, como colocar a mão na cintura dão um charme a mais no personagem.

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Cebolinha: HQ "O Espílito"

Compartilho uma história divertida em que o Cebolinha finge que morreu e se passa por fantasma para aterrorizar a Mônica. Foi publicada originalmente por volta de 1978 e que eu li pela primeira vez republicada no 'Almanaque do Cascão Nº 4' (Ed. Globo, 1988).

Capa de 'Almanaque do Cascão Nº 4' (Ed. Globo, 1988)

Começa o Cebolinha mostrando a língua para a Mônica em cima de um buraco que ficava a beira de um precipício. Ela corre para bater nele, mas como ele se esconde em baixo do buraco, ela pensa que sumiu. Lá, Cebolinha xinga a Mônica de dentuça, e quando ela põe a mão no buraco, Cebolinha pega um tomate, fazendo com que ela esmague e pense que matou o Cebolinha ao ver a mão suja de "sangue". Ele ainda grita e a Mônica acredita, fica com culpa, pensando que vai ser presa.


Quando Mônica está prestes a ir à delegacia para se entregar, Cebolinha enche um balão e coloca um lençol em cima para dizer que o seu espírito voltou para assombrar a Mônica. Cebolinha pergunta por que ela fez isso com ele. Mônica fala que não queria fazer nenhum mal a ele e o Cebolinha diz que agora vai assombrá-la pelo resto da vida.

Mônica fala que ele já era feio quando vivo e agora que estava morto não aguentaria. Por isso faria qualquer coisa para ele não assustá-la. Então, Cebolinha, manda a Mônica levar para ele um sorvete de baunilha com creme, para começar. Mônica desconfia, querendo saber que desde quando fantasma gosta de sorvete. Cebolinha diz que no além faz muito calor e se ela não for buscar, vai assombrá-la.


Mônica vai buscar o sorvete correndo e quando volta, o Cebolinha manda colocar no buraco. Enquanto toma o sorvete, ele manda a Mônica buscar cachorros-quentes e batatas-fritas porque fantasmas também têm fome. Ela traz e aí na hora que ele pede mais exigências para a sobremesa, um passarinho encosta no lençol e estoura o balão.

Cebolinha não viu e continua falando e, então, a Mônica descobre toda farsa ao abaixar a cabeça no precipício. Ela fica passada e puxa o Cebolinha com força pela corda que estava segurando o balão. No final, Cebolinha precisa ficar internado no hospital de tanto ter apanhado, com a enfermeira falando ao médico que ele tem recaídas de vez em quando de ficar gritando. Era quando a Mônica passava com um "fantasma" em frente ao hospital, deixando o Cebolinha traumatizado.


É uma história legal com o Cebolinha fazendo a Mônica de boba, bem típico nos seus planos infalíveis, sendo dessa vez aproveitando o medo dela de fantasmas e assombrações. Até a Mônica descobrir tudo e bater nele no final. De uma época que a MSP só se preocupava em divertir os leitores, sem se preocupar com  politicamente correto. Afinal, temas de morte não são aceitas ultimamente, nem que seja de brincadeira como foi nessa história, e por isso infelizmente não fariam uma história como essa. 


Os traços também são muito bons, bem característicos dos anos 70. Na postagem a coloquei completa. A principio até dava impressão que seria uma história muda, mas logo depois a gente vê os diálogos tradicionais. Dessa vez, o plano infalível não teve participação do Cascão. Até podia pensar que por causa disso podia dar certo, mas sempre aparece algo para estragar e dessa vez foi um passarinho na hora errada, para o desespero do Cebolinha.

Falando em Cascão, pode estranhar uma história do Cebolinha em um Almanaque do Cascão. Isso aconteceu porque esse almanaque é de 1988 e as histórias do Cascão que eles estavam republicando eram dos primeiros números dele de 1982/ 83. Para não encherem de histórias recentes de 5 a 6 anos, até então, preferiram colocar essa história mais antiga do Cebolinha do que uma recente do Cascão. Nesse almanaque tem também uma da Mônica do final dos anos 70, assim como os dos secundários.


Outra coisa interessante que dá para reparar são várias propagandas inseridas de formatos reduzidos na história, que fiz questão de manter na postagem. Isso era muito comum nos gibis da Editora Abril e nos primeiros da Globo. Tinham muitos anunciantes e essa era uma alternativa para aparecer mais anúncios nos gibis. Quando eram inseridas assim, sempre em finais de páginas, ocupavam de uma forma que representava 1 página do gibi.

Tipo, a propaganda do chocolate "Batom" e do gibi do Cebolinha ocupam o espaço de 2 quadrinhos nas horizontais, e a do Chico Bento, 4 quadrinhos nas horizontais. No total, era 1 página a mais da história. A história ocupou 5 páginas do almanaque, mas na verdade tem 4 páginas no total, se não tivessem propagandas inseridas. Provavelmente na revista original, não tinha propagandas inseridas, pelo menos nessa história. Acontecia também nos gibis mensais, e aí nas republicações não tinha propagandas inseridas.

domingo, 26 de outubro de 2014

Capa da Semana: Magali Nº 224

Magali é capaz de tudo para comer e nessa capa, ela faz questão da bruxa dar a poção que estava preparando para ela tomar. Ela leva até o prato para facilitar. A bruxa é que não gosta nada disso. Bem caprichada.

A capa dessa semana é de 'Magali Nº 224' (Ed. Globo, Janeiro/ 1998).


sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Capas Semelhantes (Parte 2)

Nessa postagem da série de "Capas Semelhantes", com mesma piada, mudando só o desenho, mostro 5 capas, sendo 1 para cada personagem. Todas da Editora Globo, com a exceção da Mônica em que a original envolve a época da Editora Abril.

Mônica Nº 38 X Mônica Nº 83

Mônica pulando corda tão forte que acaba abrindo uma cratera no chão. Saiu primeiro na Editora Abril, em 'Mônica Nº 38', de 1973, e fizeram uma nova versão na Editora Globo, em 'Mônica Nº 83', de 1993, com a diferença maior dos traços típicos dos anos 90, além de várias faixas mais claras da corda, inclusive em baixo da Mônica, indicando movimento. Como não tenho, a imagem da 'Mônica Nº 38' eu peguei na internet.



Chico Bento Nº 40 X Chico Bento Nº 245

Chico Bento  faz uma boa ação, dando um par da sua botina par ao Saci. A versão original saiu em 'Chico Bento Nº 40', de 1988 e depois teve uma nova versão em 'Chico Bento Nº 245', de 1996, só que dessa vez com o fundo simples e o Chico se encontra parado.



Cebolinha Nº 30 X Cebolinha Nº 245

Cebolinha vai ao oftalmologista e fala "L" em vez de "R". A versão original é de 'Cebolinha Nº 30', de 1989, e saiu outra capa com a mesma piada em 'Cebolinha Nº 245', de 2006, que foi a penúltima edição dele da Editora Globo.

A diferença entre elas é que na primeira versão, o oculista é o Seu Juca e o Cebolinha fica constrangido com o erro, enquanto que na segunda versão, o Cebolinha fica com cara de contente, achando normal. E as posições invertidas. Para constar, a imagem de 'Cebolinha Nº 245' foi enviada por Washington Brito, porque eu não tenho esse gibi.



Magali Nº 7 X Magali Nº 185

Em vez de contar carneirinhos pra dormir, a Magali pensa em alimentos pulando a cerca. Na primeira versão, de 'Magali nº 7' de 1989, ela já estava dormindo, sonhando com morango, maçã, banana e bolo, com colcha de cama com maçãs, enquanto que na segunda versão, que saiu em 'Magali Nº 185', de 1996, ela estava acordada, pensando em pirulito, bolinho, sorvete e maçã e sua colcha de cama são melancias.



 Cascão Nº 166 X Cascão Nº 313

Mônica está tirando a poeira com o aspirador de pó, que acaba sugando também o Cascão. Foi publicada primeiro em 'Cascão Nº 166', de 1993, com a Mônica de cara de espanto e o Cascão brabo, e fizeram nova versão em 'Cascão Nº 313', de 1999, sendo dessa vez, com a Mônica sem graça com o que ela fez com o Cascão, e ele de língua para fora, sufocado coma poeira.


quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Piteco: HQ "O Herdeiro"

Mostro nessa postagem uma história divertida com o Piteco, de quando ele precisaria se casar para receber uma fortuna de herança. Ela tem 8 páginas e foi publicada originalmente em 'Mônica Nº 7' (Ed. Globo, 1987).

Capa de 'Mônica Nº 7' (Ed. Globo, 1987)

Nela, o Bolota aparece eufórico na caverna do Piteco, dando notícia que ele estava rico. Piteco não entende, falando que era impossível porque não haviam inventado a loto ainda. Então, aparecem 2 advogados do Pedregundes, o tio do Piteco.


Eles avisam que o tio havia falecido, mas deixou um testamento. Ele era solteiro e pobre, mas conseguiu ficar rico e antes de morrer deixou um testamento deixando toda a fortuna de 10 milhões de machadinhas para o Piteco, que acaba desmaiando com a notícia. Porém, os advogados avisam que para ele conseguir a fortuna, além de ser um homem honesto, teria que se casar imediatamente.

Como o Piteco sempre fugiu de casamento, ele fica desesperado com esse dilema de se casar só por causa da herança. Os advogados vão embora, falando que quando tiver a certidão de casamento em mãos para ele procurá-los no hotel de Lem.


Piteco fica tonto por causa da notícia, dizendo que o tio Pedregundes queria se divertir às custas dele. Nessa hora, já sabendo da novidade, todas as mulheres solteiras de Lem surgem na caverna dele para querer se casar com ele. Piteco diz que não vai casar com ninguém, e uma delas fala que ele não tem escolha porque são as únicas solteiras da cidade, além da Thuga, que não estava lá.


Com isso, Piteco gosta da ideia e vai até a casa da Thuga para pedi-la em casamento, só para não deixar escapar a fortuna. Piteco chama a Thuga, que estranha, já que ele nunca apareceu lá. Quando desce, Piteco a pede em casamento e ela desmaia. Depois, vai correndo buscar o vestido de noiva, que já estava pronto para  a ocasião e os dois vão para  a igreja. 

No caminho, ela pergunta o que fez ele querer se casar com ela, e Piteco responde que tem 10 milhões de razões pra isso, deixando ela emocionada. O juiz de paz, sem entender nada, manda o escrivão preparar os livros e o povo de Lem nem acredita que os dois iriam se casar.


Começa a cerimônia, mas logo é interrompida com a chegada dos advogados. Eles falam que houve um imprevisto, que receberam um telegrama informando que o tio Pedregundes havia se casado em segredo e deixou viúva e 3 filhos. Com isso, a fortuna dos 10 milhões de machadinhas seria toda para a sua família, e não mais para o Piteco, que fica arrasado. Eles avisam também que ele poderia ganhar 20 machadinhas, caso se casasse.


Piteco não aceita porque ele nunca ia mudar de vida por tão pouco. Thuga ouve tudo e descobriu que ele só queria casar por causa da herança, e, não porque a amava. Ela taca o buquê na cabeça dele, e vai embora magoada. Antes dos advogados irem embora também, eles entregam ao Piteco uma carta que o tio Pedregundes havia deixado.

Na carta, o tio diz para o Piteco desculpá-lo pela farsa, que só fez aquilo para que o sobrinho se casasse, porque ele se casou com a Rochália, uma pessoa carinhosa, amiga e que transformou a sua vida e que queria que o Piteco encontrasse alguém assim. No final, após ler a carta, Piteco diz ao Bolota que não sabe qual foi o melhor prêmio que ele perdeu.


Acho essa história muito legal e envolvente para saber se o Piteco iria mesmo receber a herança. Dessa vez foi mostrado um Piteco interesseiro, sendo capaz de se casar só pra receber a herança, sem se preocupar se iria ou não magoar a Thuga. De início, até dá para imaginar que era um plano da Thuga para casar com ele, mas até que dessa vez não, e, sim, plano do tio para o sobrinho se casar.


Sempre que o Piteco resolvia se casar com a Thuga, era o acontecimento do ano em Lem, mas sempre arrumava um jeito para não se casar no final e continuava solteirão. No fundo, o Piteco gosta da Thuga, só corre dela para fazer charme e ficar solteiro. Fica até provado isso, porque ele podia ter se casado com qualquer uma das solteironas de Lem, mas ele preferiu a Thuga, ainda dizendo que dos males, o menor. 


Os traços são ótimos, como sempre na época e na postagem coloquei a historia completa. Legal também retratar o cotidiano atual para a pré-história. Gosto quando acontece isso nas histórias dele. Os papéis são as rochas, dinheiro são machadinhas, Thuga vestida de noiva, além do assunto sobre herança, que não existiam na pré-história. O Piteco fala até de ganhar na loto, como coisa não inventada e como se estivesse prevendo o futuro. Tinha muito isso nas histórias dele, de citar algo que não havia sido inventado, e achava legal.

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Capa da Semana: Cascão Nº 107

Uma capa bem interessante com o Cascão com um cacto, a sua planta preferida, e a Mônica com balões prestes a se encontrarem e os balões da Mônica estourarem.

É uma capa muito criativa, daquelas que permitem o leitor imaginar o que vai acontecer com eles após o encontro, e  inventar uma historinha com base da cena. Para mim, sem dúvida, o Cascão levará uma surra da Mônica.

A capa da semana é de 'Cascão Nº 107' (Ed. Abril, Setembro/ 1986).


sábado, 18 de outubro de 2014

Coleção Histórica Nº 43


Nessa postagem comento sobre a Coleção Histórica # 43, formada pelas 5 revistas números 43: Mônica (1973), Cebolinha (1976), Chico Bento e Cascão (1984), e Magali (1991).

Ficou bom o Zé Vampir na capa, fazia tempo que não tinha alguém da Turma do Penadinho ilustrando o box. A distribuição foi melhor dessa vez, pelo menos por aqui chegou dia 3 de outubro. Ainda chegou de um mês para o outro, mas foi bem cedo em vista a edições anteriores. E continuou sendo 1 exemplar por banca que vende. Ainda acho que deviam chegar na última semana do mês, no máximo, e vender mais exemplares por banca.

Tudo indica que o box não teve alterações no conteúdo das histórias, como tem que ser. Pelo menos não deu pra perceber.



Histórias de abertura e comentários gerais:

Mônica - "A grande festa" - Mônica convida o Cebolinha para uma festa, mas é ele quem teria que levar os discos de vinil e a vitrola.

Dá para perceber que é uma história bem datada, com discos e vitrola, que não fazem mais parte do nosso cotidiano. A história é curta e boa, mas merecia uma continuação para concluir melhor. Achei que ficou muito vago como ela terminou e devia ter pelo menos mais 1 página para concluir.

Parece que teve uma alteração no texto, quando a Mônica falou "toca-discos", acho que acrescentaram "s" porque a fonte ficou diferente e se encontra muito no canto do balão. É apenas hipótese porque não tenho a original para confirmar, mas dá impressão que alteraram. Mostro abaixo a cena: 

Trecho da HQ "A grande festa"

Outra história datada, é "Mônica e a TV", em que ela faz de tudo para a televisão funcionar. Interessante a imagem da TV em preto e branco, e as situações de mexer na antena para funcionar, coisa muito comum na época, e hoje poucos precisam fazer isso, já que a maioria tem TV a cabo ou digital.

Na revista original, o Xaveco apareceu com blusa azul na primeira página da história "Um jogo cansativo" (em que mostra uma Mônica autoritária e uma disputa se os meninos jogam futebol ou as meninas, vôlei com a bola do Cebolinha). Esse erro foi corrigido agora na Coleção Histórica, sendo falado isso nos comentários, mas acho que deviam era manter esses erros de cores. Pelo menos foi falado nos comentários, já que nem sempre avisam que as cores foram corrigidas.

Na capa, uma piadinha com a Magali, já que ela não tinha gibi próprio na época. Fala que a revista tem 11 histórias, mas, na verdade, foram 12. Na certa, foi porque não contaram a de 1 página como história. Não teve tirinha no final do expediente dessa vez. Dessas, em 2 não tiveram nos comentários informações de créditos nenhum de roteirista, desenhista nem arte-final (a de 1 página e a "Mônica e a TV").


Cebolinha - "O gato borralheiro" - Estrelada pelo Cascão, mostra a turma em uma peça de teatro, com uma paródia do conto da gata borralheira, com o Cascão como gato borralheiro.

Como o Cascão não tinha revista na época, era normal ele ter histórias nos gibis da Mônica e do Cebolinha (principalmente), e as vezes eram de abertura, como essa.

Aliás, foram poucas histórias do Cebolinha nessa edição. De 10 histórias, apenas 4 foram dele, incluindo uma de 1 página e a tirinha final. Prevaleceram histórias de secundários, como Jotalhão, Astronauta, Bidu, etc. E até história de abertura não foi do Cebolinha, apesar de ter a sua participação. 

Uma história que gostei muito foi a "Abra a boca", em que o Cebolinha perturba um dentista. Podiam até ter colocado o seu Juca para fazer o dentista, mas preferiram um outro personagem para cumprir a função. E tudo indica que esse dentista já havia aparecido antes em alguma história da Mônica da época, já que o dentista pergunta ao cebolinha se é amigo da Mônica e diz que ela o levou à loucura.

Curiosamente, quase todas as histórias desse gibi foram escritas pelo Mauricio de Sousa, menos a "Boca Aberta". Porém, não informam nos comentários quem desenhou nem quem fez arte-final na história de abertura e nem em "Abra a Boca". E nas histórias do Bidu e do Chico Bento não falou quem fez a arte-final.

Nas histórias do Jotalhão (em que ele passa apuros ao cai em um buraco) e do Astronauta (em que ETs trocam um ovo de uma galinha por um ovo real espacial para poder destruir a Terra) tiveram 3 quadrinhos na horizontal (ou mais) em vez de 2 e, com isso, os desenhos e letras dos balões ficaram em tamanho menor. Abaixo, uma página da historia do Jotalhão para ver como ficou o enquadramento:

Trecho da HQ do Jotalhão

Aconteceu porque foram aproveitadas de tirinhas antigas de jornais e eles não redesenharam para lançar no gibi, Cada coluna da horizontal representava uma tirinha que saía um dia no jornal, que juntas formava uma história depois de vários meses. Aliás, uma arte espetacular na história do Astronauta, que dessa vez apareceu com cabelos brancos. Ou seja, não alteraram a cor do cabelo dele. Ainda bem.. 

A capa ficou meio diferente em relação à original, deixando a cabeça da Mônica mais perto do logotipo e o título da história com fonte menor. Aconteceu por causa do formato, já que CHTM não segue o formato das revistas dos anos 70, que eram 2 cm maiores na altura. Capas mais detalhadas, é natural essa diferença. O ideal era as revistas da Mônica e do Cebolinha da CHTM seguirem o mesmo formato das originais, com 2 cm maiores na altura. Abaixo a comparação das 2 revistas, com a imagem da original tirada da internet:

Comparação das capas de 1976 e da CHTM # 43

 Chico Bento - "Eta vidinha mais boa" - Um empresário tenta comprar o sítio do Chico Bento para construir uma nova filial da sua indústria

Dessa vez não teve alteração no caipirês dos personagens, deixando exatamente como na revista original, como tem que ser. Nunca deviam mudar texto na CHTM. Tomara que continuem assim, afinal, a mudança no caipirês, além da revista ficar diferente da original, tira a magia da época e não permite a gente comparar como era o caipirês antes.

Destaque desse gibi a história "O Anticomputador", em que 2 computadores tentam dominar a mente dos humanos, mas antes levam o Chico Bento até lá porque ele não tem interesse nenhum por tecnologia e querem destrui-lo. Tanto roteiro assim como a arte são sensacionais. Abaixo, um trecho da história, que dá para perceber que mantiveram o caipirês do Chico do gibi original.

Trecho da HQ "O anticomputador"

Em relação a créditos nos comentários, só essa história "O Anticomputador" que ficou completo. O gibi tem 7 histórias e infelizmente em 4 delas não mostram o nome do roteiristas e nas 2 histórias do Papa-Capim só informam quem desenhou. Falando nisso, legal que o Paulo Back deu uma dica de como saber se uma história foi desenhada pela Rosana Munhoz. Nessa edição, ela desenhou a de abertura e a primeira do Papa-Capim (em que um colar da Jurema que o Papa-capim deu de presente a ela some misteriosamente e eles vão procurar quem roubou).


Cascão - "Cascão via satélite" - Cascão cochila dentro de um satélite de transmissão de rádio e TV por engano, pensando que era uma lata de lixo ao se esconder da Mônica, e é levado para o espaço sideral.

Como destaque do gibi, a história "Espinhos do amor" e muito legal. Nela, uma porco-espinho se apaixona pelo Chovinista e faz de tudo para ficar com ele. 

Foram 5 histórias no total e em "Tudo tão estranho" (em que os personagens aparecem fazendo coisas impossíveis que fizessem) e "Cascão está com medo"  (em que o Cascão fica com medo de operar as amígdalas) não tiveram créditos nenhum nos comentários. Nas outras dessa edição foram completas.

Trecho da HQ "Cascão via satélite"

Assim como no gibi do Chico Bento, nos comentários não foi falado que teve a promoção da Cartela Milionária, com selo na capa. 

Dessa vez não teve história nenhuma com o Penadinho e sua turma, e, com isso, o box não teve história com esse núcleo, já que também não tiveram histórias deles nos gibis da Mônica e do Cebolinha nos anos 70, coisa rara na época. Isso prova que a capa do box não tem nada a ver de colocar um personagem que teve destaque, como era cogitado no inicio, e colocam o que acham melhor.

Magali - "Passeio no shopping" - Mingau vai escondido ao shopping center no carro da mãe da Magali e passa vários sufocos por lá.

Como história de destaque, a do Dudu, "Mamãe, a psicóloga!", em que o Dudu decide ser faquir para não comer mais e sua mãe tem que usar a psicologia para tirar essa ideia do filho. A arte-final assim é sensacional, muito comum na época e, comparando com as do Chico Bento e do Cascão, sempre que as histórias tinham arte assim, eram feitas pelo Alvim Lacerda. A historia "O Anticomputador", do Chico, é uma delas). Muito bom.

Trecho da HQ "Mamãe,a psicóloga!"

Foram 7 historias no total, sendo comentadas 5, já que a de 1 pagina e a tirinha final não costuma comentar mesmo. Dentre as comentadas, só a história de abertura e a do Dudu tiveram créditos completos.

Aliás, no comentário "Chá de bonecas" (em que as meninas fazem um concurso para ver qual a melhor boneca) não ficou claro qual história foi escrita por Dejair da Mata. É que o Paulo Back diz no final do comentário: "a história 'O concurso das Denises' (Mônica # 160, Globo), escrita por Dejair da Mata". Essa vírgula dá ideia que está se referindo à história "O Concurso das Denises", mas ela foi escrita pelo Emerson Abreu. 

Então, como ficou no comentário, para quem não sabe, vai pensar que ela foi escrita pelo Dejair da Mata, e não, a "Chá de Bonecas". Ficou confuso. Podiam colocar um ponto em vez de vírgula e "escrita" com letra maiúscula. Além disso, teve um comentário errado da propaganda da revista do Cebolinha falar que era da Editora Abril. Na verdade é da Globo.

Dessa vez não foi mudado o logotipo na tirinha, como fizeram na CHTM # 42, quando deixaram erradamente igual ao logotipo da capa e, com isso, a proporção dos desenhos ficou menor na ocasião. Ainda bem que mantiveram e que continuem assim. Só a partir da edição # 54 que começaram a colocar o logotipo clássico na tirinha final (e só em algumas edições) e até lá se fizerem isso será alteração.

De diferente um pouco foi a capa que insistem em colocar o selo da CHTM ao lado do logotipo na capa, com tanto espaço sobrando no lado direito para colocar isso. Por causa disso, o logotipo fica menor em comparação à original e até o contorno ficou mais fino. 

Em capa mais detalhada dá para aceitar, mas nessa dava para colocar o selo em outro lugar. E só na revista da Magali fazem isso. Na Mônica e Cebolinha, por exemplo, são bem detalhadas e não fizeram isso, colocando o selo no gibi da Mônica em cima do sorvete de areia. Abaixo, a comparação das capas das 2 revistas da Magali, dando para perceber também que a panela era cinza na original e agora ficou marrom:

Comparação das capas de 1991 e da CHTM # 43

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Chico Bento: HQ "Quem cola, não sai da escola"

Dia dos professores e em homenagem à data mostro uma história muito engraçada com a professora Marocas sendo perturbada pelos alunos em um dia de prova. Ela tem 10 páginas e foi a história de encerramento de 'Chico Bento Nº 171' (Ed. Globo, 1993).

Capa de 'Chico Bento Nº 171' (Ed. Globo, 1993)

Na trama, é dia de prova e a professora Marocas já começa avisando aos seus alunos que quem cola, não sai da escola e eles fazem de caras de anjinhos como se não fizessem isso. Ela entrega as provas e diz que não quer ouvir nenhum pio. Eis que surge uma coruja no lado de fora e perguntam se nem pio de coruja pode, e todos dão gargalhada.


A professora manda calarem a boca porque prova é coisa séria e o Chico Bento fala que por isso não podem rir e aí dão gargalhadas. Marocas diz que quando eles forem mal nas provas ela é quem vai vai rir, e dá uma gargalhada. Chico e Zé Lelé falam que a risada dela foi de bruxa e que ela é malvada. 

Marocas pede desculpas a eles, falando que foi porque eles a tiram do sério. O Chico pergunta se sempre que ela sai do sério, ela dá uma gargalhada daquela. O Zé Lelé intervém falando que sim, porque quando sai do sério você ri e quando sai do riso, fica sério. Chico achou bom e diz que sempre que a professora quiser sair do sério que pode contar com eles e todos dão gargalhadas.


Irritada, Marocas reclama que eles querem distrai-la pra não aplicar a prova. E informa também que quem colar, vai tirar a prova e dar nota zero, deixando isso claro ao Chico Bento. Ele diz que entendeu, falando que quem cola, prova que não estudou ou não prestou atenção à aula. Marocas gosta da frase, mas logo vê que ele a escreveu na mão. 


Antes de começar a prova, Chico pergunta a ela porque quem cola não sai da escola, se o primo do primo dele da cidade vai ter que fazer colação de grau para sair da escola. Zé Lelé intervém mais uma vez, perguntando em qual ano ele está. Chico responde que está no 2º grau, o Zé Lelé diz que eles não estão no segundo grau, e o Chico conclui que só no 2º grau é que pode colar. Marocas grita que não pode colar em hipótese nenhuma, e o Chico pergunta o que é hipótese, se é algum bicho.


Começa, finalmente, a prova e o Zé Lelé fala para o Chico que a professora vai ficar na sua cola. Chico diz que nem quer ouvir a danada. Zé Lelé pergunta se é a professora, e o Chico diz que é a cola. Marocas pensa que ele está pedindo cola e aparece ao lado dele. Chico diz que está pedindo cola para grudar o papel da prova que rasgou, sendo que no momento o Zé lelé entrega o papelzinho para o Chico, que diz para professora que é o papel pra grudar o rasgo da prova. No susto, acaba caindo a cola atrás dele. 


Chico culpa o Zé Lelé falando que não era essa cola. Marocas questiona se ouviu falar de cola, e o Chico diz que falou sacola, dando desculpa que depois da prova, ele vai no mercado e precisa de sacola. Ela não acredita e diz  que está na cara que ele quer colar. Chico diz que como ela tem certeza se não escreveu nada no rosto, e nessa hora o Zé Lelé aponta um espelho para o Chico.


A partir daí, todos os alunos são pegos colando de maneiras mais inusitadas, como colocar cola na sola do sapato, no chapéu e até cola na língua.  Dona Marocas surta, chegando a mandar a aluna Rita a guardar um colar e acaba desmaiando.

Rosinha manda o Zé Lelé buscar água, e como ele não sabia aonde, ela diz acolá, e aí a Marocas acorda assustada. No final, ela resolve anular a prova e marca pra fazerem outra na próxima semana. Todos ficam contentes e vão embora, menos o Chico, que por causa da cola que derrubou na carteira, ele ficou colado lá e por isso não sai da escola, fazendo um trocadilho com a frase da história que quem cola, não sai da escola.


Acho essa história muito hilária, cheia de gags e trocadilhos que são de rachar de rir. Interessante ver, por exemplo, a palavra "cola" que resultou em várias definições. Coitada da professora Marocas aturar alunos pestinhas como eles. Eu adorava histórias como essa em que o Chico e a sua turma colavam e aprontavam em sala de aula, enlouquecendo a professora Marocas. Atualmente, não fazem mais histórias assim, o Chico se tornou um aluno exemplar, que só tira nota dez.


Ela até é considerada grande, por ser ma história de miolo em uma revista quinzenal. Os traços são ótimos, eram usados normalmente em histórias de miolo, como essa. Na postagem a coloquei completa. Curioso o título da história sendo a fala da professora, um recurso muito usado na época das falas dos personagens se tornarem o título. 

Outra curiosidade nessa história é a Rosinha parecer na escola na mesma turma do Chico. Pelo certo, eles não estudavam juntos, com o Chico estudando de manhã e a Rosinha à tarde, mas de vez em quando colocavam eles estudando juntos, como essa, ou por causa do contexto da história ou porque os roteiristas não lembravam desse detalhe na hora de criar, já que as histórias da MSP não seguem uma cronologia. 


Em relação a capa do gibi, essa foi a última do Chico Bento sem código de barras na capa, ainda com o "Cruzeiro" como moeda brasileira. A partir de 'Chico Bento Nº 172', os gibis passaram a ter códigos de barras na capa.