segunda-feira, 30 de junho de 2014

Capa da Semana: Magali Nº 26

Mostro uma capa com a Magali exibindo a sua sanfona bem criativa na Festa Junina, que é nada mais que um supersanduíche, do jeito que ela gosta. 

Curiosamente, o sanfoneiro ficou parecendo com o Nhô Lau, só diferencia o tamanho do nariz e aí fica a interpretação do leitor se é ou não.

A capa dessa semana é de 'Magali Nº 26' (Ed. Globo, Junho/ 1990).


sábado, 28 de junho de 2014

Chico Bento: HQ "A terrível ameaça do Rei Balão"

Mostro uma história do Chico Bento sobre Festa Junina em que um rei malvado queria destruir a Vila Abobrinha para conseguir conquistar o mundo. Ela tem 12 páginas e foi original de abertura de 'Chico Bento nº 37' (Ed. Globo, 1988).

Capa de 'Chico Bento nº 37' (Ed. Globo, 1988)

É apresentado o Rei Balão, que adorava balões, rojões e buscapés. Com o seu conhecimento tecnológico, ele desenvolveu balões-robôs teleguiados para atacar uma cidade para ficar rico e poder conquistar o mundo. Os balões incendiarão a cidade inteira e o prefeito terá que pagar uma taxa de proteção para fazê-lo parar. Foi escolhida uma cidade como teste para que depois possa incendiar outras. 


A cidade que foi escolhida foi uma do interior, justamente a Vila Abobrinha da Turma do Chico Bento, que estava acontecendo um grande arraial no dia da invasão. Estava superanimado, quando, de repente os balões começam a surgir na festança.

A prefeitura foi o primeiro alvo dos balões e em segundos conseguiram incendiá-la por inteiro. O povo tentou controlar o fogo e, ao mesmo tempo os balões incendiavam os bancos, hospitais e o empório do Nhô Lau. A igreja não conseguiram queimar porque o Chico Bento conseguiu chegar antes e jogou um balde d'água em cima dos balões.


Quando controlam o fogo, não sobra muita coisa. O Chico Bento pergunta quem estaria por trás daquilo e, então, aparece o Rei Balão, falando que foi uma pequena amostra da sua força. E revela ao prefeito que só quer uma pequena taxa de seguro contra incêndios: um milhão de Cruzados. O delegado acha um abuso e aponta a sua arma para o Rei Balão, que manda os seus rojões-robôs o atacassem e acontece uma guerra na Vila Abobrinha.


Com o desespero, Chico e Rosinha conseguem subir um pau-de-sebo rapidamente e se se penduram no alto do quadrinho, percorrendo até chegar na casa do Chico, que tinha umas seringas d'água usadas no Carnaval passado. E resolveu usá-las para combater os balões, já que percebeu que eles são vulneráveis a água, quando o Chico acabou com um na igreja.


Começa o contra-ataque, com o povo todo da roça se unindo, jogando seringas e baldes com água nos balões, rojôes e buscapés. O Rei Balão fica furioso que os seus balões foram desarmados e por vingança joga no ar o seu trunfo: o maior balão do mundo, que causará a destruição da cidade inteira, restando só cinzas. O prefeito se desespera e enquanto todos estão correndo, chega uma tempestade para o alívio da Vila Abobrinha e desespero do Rei Balão. 


Todos saúdam São Pedro e o Rei Balão é preso, terminando tudo bem. O arraial volta a acontecer na Vila Abobrinha e mais animado do que nunca. Com quadrilha, muita comida típica, pau-de-sebo e tudo que tem direito. E Chico encontra um rojão perdido no chão e resolve lançá-lo no ar, mas se dá mal explodindo bem em cima dele, e que dá o gancho para o narrador mostrar a lição de moral para que a Festa Junina não dar "chabu", tem que evitar fogos e balões, terminando assim. 


É uma história legal misturando fábula com realidade e, apesar de ter uma boa lição de moral, mostrando o poder de destruição dos balões, é completamente impublicável hoje em dia. Balões, rojões hoje são totalmente inadmissíveis, ainda mais causando tanta destruição e sofrimento para o povo da Vila Abobrinha. Sem contar, delegado com revólver na mão, crianças pulando fogueira, um homem dando quentão para o peru e Chico com rojão na mão e sendo queimado no final da história. Sem chance nenhuma de republicação atualmente.


O plano do vilão Rei Balão foi muito cruel, um dos mais malvados vilões que passaram na MSP. Só lembrando que ele apareceu só nessa história. A partir da metade da história, o narrador passa a contar a história, um recurso muito usado na época, tornando melhor ainda. Pelo certo, a Vila Abobrinha fica no interior de São Paulo, mas nessa história foi considerada como uma cidade. E legal ter presença do prefeito da cidade. 


Os traços dessa história são excelentes, como sempre nessa época e uma arte-final incrível. Tem os absurdos como o Chico e a Rosinha escalando a moldura do quadrinho, em uma piada de metalinguagem, que não deixa de ser divertida. Muito bom. Na postagem, a coloquei completa. Histórias de Festa Junina normalmente foram mais com o Chico Bento, mas volta e meia tinha com outros personagens.


A intenção da capa era só mostrar uma ilustração bonita envolvendo Festa Junina, mas até que sem querer fez alusão a história, não só porque foi sobre o tema, mas também pela Rosinha vestida de noiva. Aliás, a Rosinha apareceu de noiva também em outra história desse gibi, "O Casamento da Rosinha", que também era sobre a data.

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Turma da Mônica Especial - Maico Jeca


No dia 25 de junho de 2009 lamentavelmente falecia Michael Jackson, o grande "Rei do Pop". Em homenagem ao ídolo e lembrando os 5 anos da sua morte, nessa postagem comento detalhes como foi a edição especial "Maico Jeca", lançada pela Panini na época.

Michael Jackson foi um artista único, espetacular, talentoso, dançava muito e, com certeza, deixou muita saudade. Sempre com um sucesso atrás do outro, lançou novas tendências que marcaram época.  Infelizmente, nos últimos anos, ele não estava fazendo sucesso, o que deve muito a mídia que o massacrava muito com acusações de pedofilia, orientação sexual, fora as questões sobre sua cor de pele e tantas outras polêmicas, deixando o ídolo com depressão. Em 2009, ele estava prestes a voltar a fazer sucesso e lançar um CD novo, que não lançava desde 2001, e iniciar uma turnê até que aconteceu a sua trágica morte, vítima de uma overdose de remédios dados pelo seu médico, ao sofrer uma parada cardíaca.

Michael Jackson

Uma pena o Michael ter ido tão cedo aos 50 anos de idade. Era insubstituível. Então, com a sua triste morte, a MSP resolveu homenagear o artista com essa edição especial "Maico Jeca". Afinal, os artistas sempre tinham presença nas histórias da Turma da Mônica, seja só sendo citados ou até mesmo contracenando com os personagens, com nomes parodiados ou não. Cantores, atores, apresentadores de TV, atletas, volta e meia estavam participando. E o Michael Jackson também não podia ficar de fora dessa. 

O especial "Maico Jeca" foi lançado em agosto de 2009 e teve formato semelhante a "Clássicos do Cinema" com 52 páginas, capa envernizada, papel de miolo convencional de gibi e formato 19 X 27,5 cm, custando R$ 5,50. Tiveram 7 histórias com presença do Michael Jackson, incluindo a tirinha final, sendo 5 republicações e 1 história e 1 tirinha inéditas. 

Nas páginas centrais, tem 2 pôsteres com o mesmo tipo de papel do gibi, com as ilustrações da capa e da contracapa, que por, sinal, ficaram bem ilustradas. Esses pôsteres seguem a numeração das páginas, e, com isso, foram menos 4 páginas ocupadas com histórias.

Contracapa, que também foi imagem do pôster da edição

O especial abre com um frontispício falando brevemente da edição e com uma ilustração dos personagens imitando a coreografia da música "Thriler" (1982). Ficou bacana, mas podia ser melhor se a Tina e o Rolo não estivessem com os traços "Barbie", que infelizmente já era oficial na época.

Frontispício da edição

As histórias, como normalmente acontecem envolvendo celebridades, têm presença do Michael Jackson, ou apenas tem um pano de fundo musical, com presença do ídolo no início ou no final. Dependendo da história, o seu nome era parodiado ou não. Então, nessa edição ele foi chamado de Michael, além de "Maicou" e "Maico Jeca", sendo a paródia que se tornou oficial. 

A relação das histórias publicadas dessa edição, com o número da edição e ano, foram essas:
  1. Maico Jeca (Chico Bento #28 - Ed. Globo, 1988)
  2. Quem é o bom no Break? (Mônica # 175 - Ed. Abril, 1984)
  3. No vídeo de um astro (Mônica # 124 - Ed. Globo, 1997)
  4. Ele é um show (Cascão # 251  - Ed. Globo, 1996)
  5. Dançando na selva (Chico Bento # 151 - Ed. Globo, 1992)
  6. À espera de um astro (inédita, com a Turma do Penadinho)

Na história de abertura "Maico Jeca", a Rosinha faz um pedido a uma estrela cadente, que transforma o Chico Bento em "Maico Jacson". Chico não gostou disso e para piorar um empresário o vê e manda se apresentar na roça. Rosinha ainda tenta impedir, mas não consegue. Na apresentação do "Chico Maico", ele canta música sertaneja, que é o que ele sabe, e é hostilizado pelo público, só restando fugir junto com a Rosinha. No final, o casal volta ao morro do inicio da história para esperar outra estrela cadente para desfazer o encanto, terminando assim.

Ela foi uma história original de abertura com 7 páginas. O Michael Jackson ainda negro e muito bem desenhado por sinal. Apesar do titulo ser "Maico Jeca" pra dar um ar de caipira, na história, o nome foi parodiado como "Maico Jacson".

Trecho da HQ "Maico Jeca" (1988)

A seguir vem "Quem é o bom no Break?", que foi uma continuação da história de abertura "Mônica dançando o Break" do mesmo gibi Mônica # 175, de 1984. Em "Mônica dançando o Break", Mônica e Cebolinha desafiam um ao outro para ver quem dança melhor o Break, mas na verdade nenhum dos 2 sabem dançar e tentam aprender tudo em pouco tempo, tendo como professores a Magali e o Cascão, respectivamente. Mas, eles se dão muito mal no final, chegando a ter torcicolo, e, logo, nenhum dois 2 sairem vencedores.

Então, no final desse gibi tem a história "Quem é o bom no Break?", de que foi a que foi republicada em "Maico Jeca". Mônica e Cebolinha finalmente conseguiram aprender a dançar e voltam a disputar quem é o melhor dançarino de Break. Eles fazem diversos passos de dança, entre eles tem o Moonwalk. E, no final, chamam um dançarino, para decidir qual o melhor dos dois, e, então, eles concluem que o dançarino é indiscutivelmente melhor que eles, sendo revelado na hora que era o Michael Jackson (sem nome parodiado).

O Break estava em alta na época, que começou com Michael Jackson. O estilo é o deu referência mais tarde ao Rap e ao atual Hip Hop. Nessa história, o Michael Jackson só apareceu no último quadrinho.

Trecho da HQ "Quem é o bom no Break?" (1984)
  
"No vídeo de um astro", com a Turma do Penadinho, eles saem para assustar os outros e vão parar em um set de filmagem em que o Maicou Jeca estava gravando um videoclipe. O pessoal do estúdio confunde os personagens com os atores do clipe e, então, eles participam do clipe dançando junto com o "Maicou Jeca". O sucesso sobe a cabeça deles e, como estão famosos, passam a se vestir como o "Rei do Pop", e, aí sim, assustando os outros, terminando assim.

Essa teve 7 páginas no total. É interessante, eles falarem que o "Maicou Jeca" estava parecendo que nem "osso e osso", fazendo concorrência com o Zé Caveirinha.

Trecho da HQ "No vídeo de um astro" (1997)

A história "Ele é um show", de 4 páginas, é estrelada pelo Cascão. Ao ver os clipes do Maico Jeca na TV com o Nimbus, Cascão decide se tornar um "showman" que nem o seu ídolo. Ele prepara tudo para sua grande apresentação de estreia, mas de tão ruim que foi, a plateia taca tomates e frutas no Cascão, e ai ele descobre que o negócio dele não é ser "showboy" e sim, está para "Xôôôô, Boy".

Trecho da HQ "Ele é um show!" (1996)

"Dançando na selva" com Papa Capim é uma história de 3 páginas em que uma pantera negra surge na selva, fazendo altas performances musicais, se apresentando para o Papa-Capim e os bichos da sela. No final, a pantera negra se destransforma e o público vê que era o Michael Jackson. 

Uma clara referência ao clipe de "Black or White" (1991), em que no final o Michael Jackson se transforma em pantera negra com um a dança que envolvia muita sensualidade, causando muita polêmica na época. Tanto que raramente quando exibem esse clipe na TV em programas específicos da TV por assinatura mesmo, essa parte costuma ser cortada até hoje. E, nos gibis, fizeram essa história do Papa-Capim em homenagem ao clipe.

Trecho da HQ "Dançando na selva" (1992)

O especial fecha com a inédita "À espera de um astro", com 10 páginas e escrita pelo roteirista Paulo Back e que deu origem ao especial. Na trama, Penadinho e sua turma se preparam para reencontrar com o "Maico Jeca", que estava para chegar ao cemitério. Eles se preparam, fazendo grandes referências ao "Rei do Pop", com direito aos personagens usarem as luvas de lantejoulas e a roupa que o ídolo usou no clipe de "Thriller". No final, a Dona Morte chega lá sem ele, e eles perguntam porque o "Maico Jeca" não veio com ela, e a Dona Morte diz que pessoas como o Maico não vão para o cemitério, vão direto lá para cima, ou seja, o céu. E mostra o Maico como anjo ensinando seus passos de dança para o Anjinho e outros anjos do céu.

Trecho da HQ "À espera de um astro" (2009)

A história foi escrita momentos depois que o Michael Jackson morreu e o roteiro foi divulgado pelo Mauricio de Sousa via Twitter assim que ele leu. Interessante que apresenta nela os seus devidos e merecidos créditos na primeira página, coisa rara nos gibis da MSP de todos os tempos.

Inicialmente, era para ser publicada em 'Mônica #33', de setembro de 2009, e de última hora, a MSP mudou os planos e resolveram lançá-la primeiro em uma edição especial e foi o pontapé para se criar essa edição. Mesmo assim, 1 mês depois republicaram nesse gibi da Mônica, já que haviam prometido, e também pelo fato desse especial poder não chegar em algumas cidades, devido ao péssima distribuição da Editora Panini.

Trecho da HQ "À espera de um astro" (2009)

Depois da história "À espera de um astro", tem um "Extra" com um texto informativo do Paulo Back contando da ideia dele da criação dessa história e todas as referências ao "Rei do Pop", ilustrada com imagens das miniaturas dos esboços dessa história criada por ele, que foi divulgada na internet. A capa da edição também foi criada por ele e comentada nesse "Extra".

Uma página do "Extra" da edição

Enfim, "Maico Jeca" foi uma merecida e ótima homenagem ao cantor tão polêmico que encantou o mundo inteiro, reunindo algumas histórias da turma toda de todos os tempos e uma inédita para prestar a sua merecida despedida. Claro que não foram só essas histórias que tiveram presença do Michael Jackson. Tiveram outras, como a história do Bidu com o Bugu, de 'Cascão # 162' - Ed. Globo, 1993). Se tivessem mais páginas, podiam ter colocado também. De qualquer forma uma edição super especial que valeu a pena relembrar. Saudades eternas.

Termino a postagem com as capas dos gibis originais que têm as histórias desse especial "Maico Jeca":

Capas: 'Chico Bento Nº 28' (1988), 'Mônica Nº 175' (1984), 'Mônica Nº 124' (1997), 'Cascão Nº 251' (1996), 'Chico Bento Nº 151' (1992), 'Mônica Nº 33' (2009)

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Mônica: HQ "Festa Junina"

Compartilho uma ótima história sobre festa junina com a turma toda em que a Mônica quis descobrir com quem ela iria se casar. Ela tem 11 páginas e foi publicada na abertura de 'Mônica Nº 158' (Ed. Abril, 1983).

Capa de 'Mônica nº 158' (Ed. Abril, 1983)

Uma grande Festa Junina estava acontecendo no bairro do Limoeiro e todos estavam lá. Mônica estava observando a quadrilha enquanto espera a Magali, que estava comprando maçãs-do-amor. Quando chega, a Magali conta a Mônica sobre uma simpatia para descobrir com quem vai se casar, só que nessa hora, o Cebolinha estica os ouvidos para ouvir. Mônica percebe, grita bem no ouvido dele que tem uns orelhudos ouvindo a conversa e elas vão conversar em outro canto da festa.


Cebolinha, Cascão e Franjinha falam que simpatia é besteira, que é coisa de mulher e que não interessa para homens como eles, mas quando as meninas saem, eles fazem cara de que estão bolando plano infalível para saber que simpatia era aquela. Afinal, estavam curiosos em saber de quem a Mônica gosta.

Magali conta a simpatia para a Mônica que teria que pegar 3 papeizinhos e escrever em cada um deles o nome de um menino que ela gosta e colocar os papeizinhos embaixo do travesseiro antes de dormir. Quando acordar, puxa um dos papeizinhos e o nome escolhido será com quem vai casar. Mônica adorou e resolveu que vai fazer.


Porém, Mônica não contava que os meninos estavam escondidos atrás da árvore e da moita e ouviram tudo. Agora eles querem descobrir de qualquer jeito de quem ela gosta para poder ameaçá-la. Mônica vai embora da Festa Junina, se despede da Magali e entra em casa. Nisso, os meninos já estão de tocaia em frente a casa dela. Mônica ouve algumas risadas, vai conferir, não vê ninguém e volta pra casa.


De mansinho, os meninos vão até a janela do quarto da Mônica, que está escrevendo os nomes nos papeizinhos. Mas, na hora que ela está escrevendo, ela não revela os nomes. A alternativa, então, era pegar os papeis pra ler os nomes. Mônica sai do quarto por um instante e deixa os papeis na mesa. Cascão tenta pegar, mas Mônica volta logo e ele foi obrigado a se esconder debaixo da mesa e não conseguiu pegar os papéis.


Quando a Mônica dorme, Cascão tenta pegar os papeizinhos embaixo do travesseiro, até que ela se levanta para beber água e joga a coberta em cima do Cascão, e, com isso, Mônica não o vê. Os meninos aproveitam e conseguem pegar os papeizinhos e, para a surpresa deles, os nomes eram do Cebolinha, Cascão e Franjinha. 

Eles ficam desesperados com a chance da Mônica querer se casar com um deles e já imaginam a vida de casados com ela e o seu gênio forte. O Cebolinha imagina lavando pratos obrigado senão apanharia, o Cascão, varrendo casa e obrigado a tomar banho, e o Franjinha, sendo puxado pela Mônica, proibindo fazer invenções e ir trabalhar.


Os meninos resolvem sumir com os papeizinhos sem que a Mônica veja, mas ela volta para dormir e se escondem debaixo da coberta. Quando a Mônica puxa a coberta, eles puxam de volta par ao chão e ela estranha. Mônica entra debaixo da coberta e vê os meninos lá e eles saem correndo para a rua, embaixos da coberta mesmo.

A partir daí, a história já ganha um ar de humor pastelão. Eles vão parar na Festa Junina que ainda estava rolando, e acabam entrando em uma fogueira que o homem estava assando uma batata-doce na hora, queimando a coberta e a cueca do Cascão. Eles continuam correndo com a Mônica atrás e o Cascão nem sabe o porquê do cheiro queimado.


No meio da festa, Cascão percebe que sua cueca está queimando e eles tropeçam em um graveto e acabam derrubando uma barraca de pipocas. Já desarmados, Cebolinha fala para entregar os papéis para a Mônica não saber com quem ela vai se casar, e aí ela ouve e descobre que tudo aquilo era plano deles.

No final, para dar o castigo aos três, Mônica volta para a Festa Junina vestida de noiva, e os meninos, além de terem apanhado, são os noivos do casamento da festa, e, ela ainda fala que isso é para eles irem se acostumando.


Sem dúvida, uma história sensacional mostrando uma típica Festa Junina e envolvendo simpatia popular e plano infalível. Mostra os meninos fofoqueiros e também com a intenção de chantagear a Mônica e se tornarem donos da rua se descobrissem de quem a Mônica gostava, mas o feitiço virou contra o feiticeiro e eram os nomes deles que estavam nos papeizinhos.

Normalmente a Mônica é boba nos planos infalíveis, acreditando em tudo, até o Cascão estragar tudo, mas nessa história fica a dúvida se a Mônica sabia ou não que eles desejavam os papeizinhos. Quem sabe, ela colocou os nomes deles de propósito e todo o jogo de sair e entrar no quarto também, só para despistar, já que ela viu os meninos tentando ouvir a conversa com a Magali ainda na festa. Então, fica a interpretação do leitor.


Essa história é politicamente incorreta por envolver crianças com simpatias e por isso não seria republicada novamente. Além disso, tem o absurdo dos meninos andando em fogueira, sendo queimados e nada de grave aconteceu com eles. É engraçado e faz toda a diferença, só que também inadmissível para os padrões atuais.

Os traços são excelentes e só a arte da festa junina na primeira página já vale a pena acompanhar a história. As roupas típicas dos personagens também ficaram bem caprichadas e engraçado ver a Mônica vestida de noiva caipira. Tudo perfeito. Na postagem, coloquei completa. O enquadramento ficou diferente em algumas páginas, colocando 3 quadrinhos nas horizontais em vez de 2 e ficou bem interessante, sendo melhor assim do que ocupar mais páginas.


Para constar, essa história foi republicada no 'Almanacão de Férias Nº 7' (Ed. Globo, 1990), que foi quando eu a li pela primeira vez. As imagens da história nessa postagem, eu tirei do meu exemplar desse Almanacão, e a imagem da capa do gibi 'Mônica Nº 158' original, foi enviada por André Felipe, já que eu não tenho esse gibi. 

Capa do 'Almanacão de Férias Nº 7' (Ed. Globo, 1990)

domingo, 22 de junho de 2014

Capa da Semana: Cebolinha Nº 102

Mostro uma capa passada em uma Festa Junina com o Cebolinha e o Cascão subindo o pau-de-sebo para ver qual dois dois vai conseguir chegar primeiro e conseguir o Sansão como prêmio, para a irritação da Mônica. Muito legal.

A capa dessa semana é de 'Cebolinha Nº 102' (Ed. Globo, Junho/ 1995).


sexta-feira, 20 de junho de 2014

Coleção Histórica Nº 41


Nessa postagem comento sobre a Coleção Histórica # 41, formada pelas 5 revistas números 41: Mônica (1973), Cebolinha (1976), Chico Bento e Cascão (1984), e Magali (1991).

Dessa vez, é a Rita Najura quem está na capa do box, que marca sendo o primeiro gibi da Magali de 1991, e o primeiro dela dos anos 90. E continuará assim nos próximos 4 anos. 

A distribuição até que foi um pouco mais rápida em comparação ao volume # 40, mas mesmo assim ainda chegando atrasada, pois é original de maio de 2014 e só chegou dia 7 de junho. A Panini precisava melhorar muito essa distribuição para que chegasse no final do mês, no máximo, porque sempre chegar de um mês para o outro é péssimo.



Histórias de abertura e comentários gerais:

Mônica - "Mônica, a voadora" - Mônica encontra uma capa mágica no meio da rua que tem o poder de voar e, com isso, o Cebolinha aproveita a situação e se torna seu empresário para ela se apresentar em um circo.

Todas as histórias desse gibi foram escritas pelo Mauricio de Sousa, mas em 2 histórias, dentre as comentadas, não informam créditos de desenhista nem arte-final. Em algumas, informam só quem desenhou, e em outras só arte-final. Foi comentada uma história de 1 página do Piteco, mas a da página 19, não.

Teve uma história do Penadinho nessa edição, algo raro nos anos 70. Em "A faxina", Penadinho tenta organizar sua cova tirando todo o lixo que não serve mais. Nessa época, ele ainda com contorno azul, e quando tinham histórias dele, eram sempre com o Penadinho contracenando com o Zé Finado ou outros fantasmas, já que os monstros (Zé Vampir, Lobisomem, Muminho, Frank, etc) não haviam sido criados até então. Eles só começariam a aparecer aos poucos no final dos anos 70 e, com mais frequência e inclusive protagonizando histórias, apenas nos gibis do Cascão a partir dos anos 80.

Dá impressão que mudaram o Penadinho falando "para o lixo" em vez de "pro lixo" ou algo semelhante, porque a fonte ficou esquisita. Mas, como não tenho a original, fica só sendo hipótese.

Trecho da HQ "A faxina"

Cebolinha - "O Capitão Feio no reino do bueiro" - Cebolinha cai num bueiro sem querer. Cascão desce para ajudá-lo a sair de lá e os dois acabam descobrindo que o Capitão Feio é o rei do esgoto com os monstros de sujeira como súditos.

Foi a estreia do Capitão Feio morando em um esgoto e dos monstros de sujeira, que nessa época ainda não falavam e só emitiam sons. Uma ou outra história depois dessa, eles falavam, sendo de vez em quando, de acordo com o roteiro, mas passaram a falar em definitivo só a partir de 1989, quando também passaram a ter uma aparência mais simpática e ganharam personalidade.

Interessante que nessa história da CHTM # 41, o Cebolinha lembra de aparições passadas do Capitão Feio, ou seja, das histórias de 'Mônica # 31' (1972) e de 'Cebolinha # 36' (1975). É que o Capitão Feio não aparecia muito na época.

Nos comentários dessa história de abertura não mostram crédito nenhum de roteirista, desenhista e arte-final. Uma pena porque seria interessante saber quem a escreveu, pelo menos. Também não informam créditos na última história "O Rapto dos assobios". Aliás, informação de arte-final foi só na história da Tina.

Interessante uma história do cachorro do Louco perturbando o Bidu. Ele apareceu outras vezes também depois dessa. Quando não era o cachorro do Louco, era o próprio que enlouquecia o Bidu, já que nessa época o Louco aparecia para o Cebolinha, a Mônica (em suas respectivas revistas) e o Bidu.

Uma situação engraçada que gosto nessas histórias antigas é quando o personagem, depois de tanto perturbar o outro, fica desesperado com a cara de raiva do outro e o mistério do que faria com ele, deixando um suspense no ar, já que era só mostrado no quadrinho seguinte.  O texto sempre é assim desse tipo: "Fulano? Que cara é essa!? Fulano!??". Era muito comum acontecer cenas assim, mais no final das histórias.

Aconteceu isso na história "Um dia de cachorro", em que o Cebolinha se passa por cachorro para provar que a vida do cachorro é melhor do que de gente. Aí tem a cena do Cascão desesperado com a cara do Cebolinha e o leitor imaginar o que ele ia fazer com o Cascão, que iria aparecer no próximo quadrinho. Muito engraçado:

Trecho da HQ "Um dia de cachorro"

Até que nos textos aparentemente não tiveram alterações. Até poderia ter no pensamento do Cebolinha na história "Um dia de cachorro", só que dessa vez o Cebolinha pensa certo no gibi original. As alterações foram na colorização. Várias cores foram mudadas ao longo do gibi, como O que era amarelo em muitos quadrinhos ficou vermelho, etc. 

Na história de abertura, o muro do 2º quadrinho era amarelo no gibi original para dar coerência ao 1º quadrinho que era amarelo. E agora alteraram para laranja, sem mais nem menos. Acho que tinham que manter a cor original, com coerência ou não, porque fica diferente da original. Abaixo, a comparação:

Comparação da HQ de abertura: muro com cores diferentes

Outra mudança lamentável foi no nariz do Zé Lelé na história "Na subida do morro". Nos anos 70, o nariz dele era alaranjado ou vermelho. Nessa edição de 1976 era alaranjado, e agora colocaram da cor da pele para não ficar dando impressão que era nariz de palhaço. Só que mudaram a cor e nem foi falado da alteração nos comentários. Não gostei. Se o nariz laranja era a marca registrada do Zé Lelé quando foi criado, tinha que manter na CHTM. A seguir comparação:

Comparação da HQ "Na subida do morro": Zé Lelé sem nariz laranja

A CHTM não segue o formato das revistas dos anos 70, que eram 2 cm maiores na altura. Por causa disso, a capa da CHTM dessa vez ficou um pouco diferente da original, deixando a coroa do Capitão Feio em cima do logotipo e o título da história ficou mais perto do logotipo, tudo para comportar o desenho no formato atual sem diminuir a proporção original. Por isso que acho que as revistas da Mônica e do Cebolinha da CHTM deviam seguir o mesmo formato para as capas detalhadas como essa não diferenciarem tanto das originais. Abaixo, a comparação da revista de 1976 e a da CHTM:

Comparação das capas de 1976 e da CHTM # 41

Para constar, as imagens do gibi de 1976 foram enviadas por Washington Brito, já que eu não tenho a original.

Chico Bento - "O burro do Chico" - Chico é escolhido para ser o burro do teatro da paróquia da igreja e o Zé da Roça é a parte de trás. No caminho, eles passam vários sufocos até chegar lá.

Em relação ao formato, apenas esse gibi do Chico Bento ficou 3 milímetros maior na largura em relação aos outros da CHTM. Todas as histórias desse gibi do Chico tiveram créditos completos e não teve alteração no caipirês dos personagens. Tomara que continue assim. O brilho do cabelo do Papa-Capim já estava azul oficialmente, e se encontra assim até hoje. Com isso, não terá mais alteração nisso como estavam fazendo sempre.

Na história "Ai, meu pé!", em que o Zé Lelé tenta ajudar o Chico a ir para casa depois de torcer o pé, assim como aconteceu no gibi do Cebolinha, mostra também o Zé Lelé desesperado com o Chico irritado, com a cara misteriosa e imaginar o que o Chico faria com ele só revelados no próximo quadrinho. Muito bom. Abaixo a cena, e nota-se que mantiveram o caipirês do gibi original:

Trecho da HQ "Ai, meu pé"

Destaque também para a história "Bodoque, o cavalo de corrida", em que um jóquei e o seu cavalo Bodoque são expulsos pelo empresário por sempre chegar em último lugar e, então, eles tentam reconstruir a vida trabalhando no sítio do Chico Bento. Interessante o tema sobre corrida de cavalos e engraçado ver a cena do cavalo sentado no banco da frente do carro que nem gente. Hoje inadmissível isso. 

Cascão - "Um Carnaval aquático" - É carnaval e Cascão tenta driblar de todas as maneiras a brincadeira dos seus amigos de jogar água em quem passasse na rua, muito comum no Carnaval da época.

Coisa boa que não mudaram a arma de brinquedo que estava na cintura do Franjinha, como mostro abaixo:

Trecho da HQ "Um Carnaval Aquático"

A história de 1 página da Turma do Penadinho foi comentada, sendo que não informou o roteirista de quem a criou. E além dessa, não informou crédito nenhum na história "Um desenho medonho", do Cascão.

Destaque para a história "Penadinho vivo?", em que a Dona Morte faz o Penadinho ressuscitar por engano e ele vai parar em um corpo de um homem, que passa a não reconhecer a sua família, já que é o Penadinho que está dentro do corpo. Gosto de histórias que os personagens trocam de corpos.

Magali - "Fazendo uma boquinha" - o vampiro Conde Bárcula faz várias tentativas de morder o pescoço da Magali na sua casa perto da hora da janta.

Magali começa os anos 90 com uma história com ótimo tema e ainda marca a estreia de um novo roteirista até então, o André Simas, que era assistente de desenho e passou a ser roteirista. E estreou em grande estilo. Todas as histórias foram comentadas com informações de créditos de roteiristas, desenhos e arte-final, incluindo informações dos letristas em cada uma.

Na história "Brincando com a Magali", em que tudo que as meninas brincam, faz a Magali lembrar de comida, Denise voltar a participar e, mais uma vez, com um visual diferente em relação às edições anteriores e do que se encontra atualmente. Tem também outra menina de figuração, sem nome revelado e que apareceu só nessa história. Aliás, na colorização mudaram o fundo roxo como era na original de 1991 para rosa, ficando diferente. Abaixo, uma imagem da Denise nessa história e a comparação da colorização do fundo:

Trecho da HQ "Fazendo uma boquinha"

Em "Velhas Amizades" do Mingau, aparece o Gordão, um gato que foi amigo dele no tempo que ele morava em becos. Nos comentários, o Paulo Back errou dizendo que o Mingau nunca morou em beco e se trata de um passado alternativo dele. Na verdade, o Mingau já viveu na rua, passou muita fome e, então, era natural frequentar becos, antes de ser encontrado pela Magali, como o Mingau falou na história "Minha Dona", de 'Magali # 1', de 1989, sua estreia.

Nessa época, de vez em quando tinham histórias do Mingau reencontrando esses gatos que ele conheceu do tempo que ele morava na rua e essa história com o Gordão foi uma delas, que também apareceu só nessa história. 

Eu gostava quando tinham histórias do Mingau contracenando com outros gatos na rua, procurando novos amigos e, não só com ele contracenando com a Magali em casa. Sempre achei que o Mingau devia ter uma turma fixa, mas esses gatos que apareceram nas suas histórias antigas, apareceram sempre uma vez. Só os seus 5 irmãos e, mais tarde, a Aveia, sua namorada fixa (que anda sumida), é que apareceram mais de uma vez.

Na capa, mais uma vez o selo da CHTM ficou ao lado do logotipo sem necessidade, com tanto espaço pra colocar em baixo. Eram pra deixar como ficou o gibi do Chico Bento: o símbolo "Mauricio de Sousa Editora" e numeração no lado esquerdo, e o selo da CHTM no lado direito.

Além  disso, até que colocaram degradê na capa, mas ficou diferente da original, já que começava do azul para o verde, e nessa CHTM, colocaram  tons de verde a amarelo. E a foca era azul no gibi de 1991 e agora deixaram acinzentada. Ficou diferente da original (para pior), mas pelo menos colocaram algum degradê, coisa que não fizeram na # 40. Abaixo, a comparação das capas:

Comparação das capas de 1991 e da CHTM # 41

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Tirinha Nº 15: Cascão

Com o Cascão no primeiro sinal de chuva, ele corre mais rápido do que o do The Flash e até mesmo do que a velocidade da luz. Tudo para não se molhar. 

Cebolinha sabendo disso, ao ser flagrado pela Mônica rabiscando caricatura dela no muro, inventa para o Cascão que vai chover só para conseguir  fugir sem chances da Mônica alcançá-lo.

Tirinha publicada originalmente em 'Cascão Nº 170' (Ed, Globo, 1993).


segunda-feira, 16 de junho de 2014

Capa da Semana: Mônica Nº 42

Junho é mês de Festas Juninas, e em homenagem mostro uma capa da Mônica e Cebolinha dançando quadrilha, com as bandeirinhas, organizadas pelo Cebolinha, representando os dentões da Mônica. Ele não podia perder a oportunidade para aprontar e deixar a Mônica irritada. 

Só para constar, assim como as outras capas de Festas Juninas que colocarei nessa coluna, nesse gibi não tem histórias relacionadas ao tema, foi apenas a capa para a data não passar em branco.

A capa dessa semana é de 'Mônica Nº 42' (Ed. Globo, Junho/ 1990).


sábado, 14 de junho de 2014

Personagens Esquecidos 8: Zum e Bum


Zum e Bum foram os bandidos gêmeos do núcleo do Piteco e que foram esquecidos pela MSP. Nessa postagem, eu falo sobre eles e algumas de suas histórias marcantes.

Os irmãos gêmeos Zum e Bum foram criados em 1963 nos tabloides de jornais do Piteco. Eles eram bandidos atrapalhados na Aldeia de Lem e suas histórias (publicadas nos gibis da Mônica e Cebolinha)  basicamente envolviam suas tentativas frustadas de assaltar os outros ou fugir do presídio. Como eram atrapalhados, nunca se davam bem e sempre voltavam a ficar presos no final.Os dois eram carecas, barba por fazer e mesmo porte físico.

O Zum era o manda-chuva, era quem planejava os assaltos, os crimes ou as fugas do presídio, e o Bum, o mais atrapalhado dos dois, normalmente estragava tudo no final, algumas vezes da forma mais bizarra, fazendo com que os irmãos voltassem a ficar presos. Com suas histórias, o público se divertia com o universo dos bandidos, de uma forma leve e bem humorada, e, como o crime não compensa, eles tinham a sua lição no final, como não podia deixar de ser. Às vezes, eles contracenavam com o Piteco, mas a maioria eram histórias solo deles.

A estreia de Zum e Bum nos gibis foi em 'Mônica nº 2' (Ed. Abril, 1970), na história "A fuga". Nela, eles são os cozinheiros da prisão e Zum tem um plano para fugir de lá: o Bum é coberto por comida dentro do panelão para poder dominar a sentinela. Porém, em vez da comida ir para os soldados, vai para 2 ciclopes, que ao verem o Bum pedem explicações. Quando o Bum fala que é um fugitivo da prisão, os ciclopes falam que foram contratados para recapturas fugitivos e acabam dando surra neles.

Trecho da HQ "A Fuga"(Mônica nº 2 - Ed. Abril, 1970)

Dá pra notar que o crédito da história tem o nome do Piteco apresentando os personagens, mas ele não aparece na história. O curioso que nas primeiras histórias, as roupas do Zum e do Bum eram da mesma cor e dava para confundir os leitores de quem era quem, e como eles eram gêmeos idênticos, e aí, só lendo a história e o contexto pra saber quem era quem. Nessa história de estreia, por exemplo, as roupas dos dois eram vermelhas listradas.

Já na história "A pedra da honestidade", de 'Mônica nº 11' (Ed. Abril, 1971), as roupas dos dois eram azuis. Nessa história, os irmãos roubam uma pedra da honestidade de um inventor e faz com que eles fiquem bonzinhos e se entregam para polícia.

Trecho da HQ "A pedra da honestidade"(Mônica nº 11 - Ed. Abril, 1971)

Ainda aparece o nome do Piteco no título, provavelmente foi para forçar que Zum e Bum pertenciam ao núcleo do Piteco.

No decorrer dos anos 70, Zum e Bum tiveram outras histórias de vez em quando, mas foram nos anos 80 que passaram a aparecer com mais frequência. Nessa época, as roupas dos irmãos passaram a ser diferenciadas de forma fixa. O Zum tinha roupa vermelha, e o Bum, roxa. Na verdade, primeiramente isso era invertido, mas depois ficou assim em definitivo.

 Os traços também foram adaptados aos desenhos dos anos 80, mais arredondados. As vezes, mudavam os cabelos, como se estivessem raspados com "máquina 1" e os narizes colocavam menor ou maior,de acordo com o desenhista. Mas as personalidades continuaram as mesmas, como foi na história "Procurando um hotel", por volta de 1981.

Nessa história, Zum e Bum resolvem tirar férias dos assaltos e vão ao luxuoso "Hotel Paleozoico". Chegando lá, o recepcionista diz que não tem mais vagas e os irmãos falam que eles são grandes caçadores de dinossauros ricos, que a aparência desleixada não importa e que são tão ricos que podem comprar o hotel. Então, conseguem a vaga em um dos melhores quartos do hotel.

Trecho da HQ "Procurando um hotel"

Enquanto Zum descansa no quarto, Bum vai dar um passeio no hotel, mas não resiste a tentação e rouba todos os clientes milionários e, então os dois acabam presos, e, já na prisão, Bum tenta consolar Zum falando que são tão fregueses do hotel (no caso, a cadeia) que não podiam mudar.

Trecho da HQ "Procurando um hotel"

Lembrando que essa foi republicada no 'Superalmanaque do Mauricio nº 1', de 1987 e re-republicada em 'Coleção um tema Só nº 16 - Mônica Passeios" (Ed. Globo, 1997).

Na Editora Globo, Zum e Bum continuaram a ter várias histórias excelentes nos gibis, seguindo as mesmas características. Uma dessas que mostra isso, foi na história, também chamada "A fuga", de 'Cebolinha nº 46', de 1990. Nela, Zum e Bum fogem da prisão e tentam assaltar as pessoas, só que tudo dá errado.

Trecho da HQ "A fuga" ('Cebolinha nº 46 '- Ed. Globo, 1990)

Ao tentar assaltar um gigante, eles são esmagados; ao abordar uma mulher, eles são nocauteados, já que ela luta caratê; e ao pegarem um saco de um homem, eram abelhas, que os picam inteiros. A alternativa foi voltar para a cadeia e por coincidência chegam bem na hora do rango e os guardas nem desconfiaram que eles haviam fugido.

Trecho da HQ "A fuga" ('Cebolinha nº 46 '- Ed. Globo, 1990)

Apareceram também parentes dos irmãos bandidos para dar incrementada nas suas histórias, como o Tio Ernesto e os primos. Na história "O Tio Ernesto", de 'Cebolinha nº 44', de 1990, Tio Ernesto aparece de surpresa, pedindo que os sobrinhos abandonassem a vida de bandidos, viver honestamente e resolve arrumar emprego para eles. Ao procurarem e com a fama de bandidos bem conhecida, o banco fecha as portas assim que os veem, assim como as firmas e o comércio ambulante.

Trecho da HQ "O Tio Ernesto" ('Cebolinha nº 44 '- Ed. Globo, 1990)

Após, chegam em casa cansados e o Tio Ernesto está com fome. Bum sai atrás de comida e traz uma galinha roubada. Eles são presos e o Tio Ernesto convence o guarda que eles trabalhem para se tornarem úteis á sociedade. Então, Zum e Bum passam a trabalhar duro na prisão, demolindo pedras, o que não era muito bem o que eles queriam.

Trecho da HQ "O Tio Ernesto" ('Cebolinha nº 44 '- Ed. Globo, 1990)

Já na história "Tudo em família", de 'Cebolinha nº 57', de 1991, qo assaltarem um homem, Zum e Bum encontram seus primos também gêmeos, Zap e Bap, assaltando também o homem. Eles ficam felizes com o reencontro que até esquecem do assalto.

Trecho da HQ "Tudo em família" ('Cebolinha nº 57 '- Ed. Globo, 1991)

A vítima tenta fugir, e aí percebem e resolvem decidir qual a dupla vai assaltá-lo. Até que chegam outros primos gêmeos deles, Poing e Toing, só que estes são agentes da polícia e os levam todos presos, mas ficam felizes, querendo saber de todas as novidades da família.

Chega a ser engraçado, como uma família só dá irmãos gêmeos como essa. E para constar, o Tio Ernesto e os primos não apareceram em outras histórias além dessas.

Trecho da HQ "Tudo em família" ('Cebolinha nº 57 '- Ed. Globo, 1991)

Em 1996, os traços começaram a ficar meio diferentes, seguindo a tendência da época, a começar com os quadros ondulados, que começaram a ficar assim nas histórias da Turma do Piteco a partir daquele ano. Porém, o estilo das histórias continuavam incorretas da mesma forma.

Foi o que aconteceu em "Assalto (quase) perfeito", de 'Cebolinha nº 120", de 1996, em que Zum e Bum cavam um túnel por baixo da cidade até chegar ao cofre do banco de Lem para assaltar. Só que quando o Bum começa a cavar, eles passam em vários lugares em vez do cofre do banco, como em uma caverna de uma mulher e também debaixo de unde estava um dinossauro que afunda em cima deles.

Trecho da HQ "Assalto (quase) perfeito" ('Cebolinha nº 120 '- Ed. Globo, 1996)

Até que conseguem chegar ao banco e assaltam ao cofre, mas ao cavar o caminho de volta com a grana roubada, Bum faz que eles parassem em uma delegacia e são presos. Já na cela da prisão, resolvem fugir cavando um túnel e quando Bum cava, encontra água, causando enchente na prisão, terminando assim a história se dando mal mais uma vez.

Trecho da HQ "Assalto (quase) perfeito" ('Cebolinha nº 120 '- Ed. Globo, 1996)

Essa foi uma das últimas histórias deles que tenho na coleção, mas volta e meia continuaram a ter histórias deles durante toda a fase da Globo, inclusive em 2005 ainda tinha histórias deles, como a história "Coisas de Gêmeos", de 'Mônica nº 228'.

Quando a MSP mudou para a Editora Panini, em 2007, não produziram muitas histórias novas do Zum e Bum, aparecendo muito raramente, fazendo mesmo participações especiais. Como agora os bandidos estão proibidos na MSP, os irmãos também perderam a vez nos gibis atuais. 

Uma aparição inédita de Zum e Bum foi em 'Maurício Apresenta nº 8', de 2009, com a história "Os Doze Símbolos do Natal" , em que eles fizeram participação muito apagada, por sinal, aparecendo só em 2 páginas e não fizeram nenhuma bandidagem. Na verdade, nem foram chamados de bandidos, apenas de vilões, pois nem a palavra "bandido" não pode aparecer nas histórias atuais.

Trecho da HQ "Os doze símbolos do Natal" ('Maurício Apresenta nº 8' - Ed. Panini, 2009)

Zum e Bum apareceram também participando da história "Tanta gente na minha toca!", de 'Mônica Nº 44', de 2010. E em "A ponte de Lem", de 'Chico Bento Nº 62', de 2012, eles foram protagonistas, a única da Panini que tiveram história própria que tenho conhecimento. Depois dessa, infelizmente passaram a integrar o limbo do esquecimento de vez, só sendo lembrados na capa do 'Almanaque Piteco & Horácio nº 11', de 2014. Até algo raro, já que eles nunca apareceram em capas dos almanaques das Editoras Abril e Globo.

Fora isso, apenas republicaram algumas histórias da Editora Globo nos almanaques da Panini, sendo muito raro acontecer isso também. Republicaram a história "Coisas de Gêmeos" ('Mônica nº 228', de 2005), no último 'Almanaque do Chico Bento nº 45', de 2014. Nessa, eles não assaltam, só brigam, e, como a palavra "bandido" está proibida, agora eles são chamados de "meliantes da estrada" e são presos só por serem vagabundos.  

Enfim, Zum e Bum tiveram histórias divertidas e de alto nível, sempre adaptadas o mundo do crime e a atualidade com a Idade da Pedra. Fora as histórias que mostrei nessa postagem, há inúmeras outras memoráveis nas Editoras Abril e Globo com os irmãos bandidos. Eram muito engraçados. Se voltassem, não teriam aquele brilho das histórias antigas, iriam ser descaracterizados e, na certa nem assaltariam ninguém e, com isso, estragar com os personagens.

Termino com algumas capas dos gibis que têm as histórias comentadas na postagem:

Capas: Mônica nº 2 (1970), Mônica nº 11 (1971), SuperAlmanaque do Mauricio nº 1 (1987), Cebolinha nº 44 (1990), Cebolinha nº 46 (1990), Cebolinha nº 57 (1991),  Cebolinha nº 120 (1996), Mauricio Apresenta nº 8 (2009)