segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Cascão: HQ "O caso dos 10 porquinhos"

Dia 25 de novembro é o aniversário do Cascão. Em homenagem à data, mostro uma história que envolve um grande mistério que aconteceu em um aniversário dele. "O caso dos 10 porquinhos" tem 10 páginas e foi publicada em 'Cascão nº 42' (Ed. Globo, 1988).

Capa de 'Cascão nº 42' (Ed. Globo, 1988)

Começa com o narrador avisando que um suspense e mistério estava ocorrendo em uma terrível festinha de aniversário. Era o aniversário do Cascão e seus pais e os seus amigos estavam lá comemorando, no total de 10 pessoas. 

Então, o Cebolinha entrega ao aniversariante um presente em nome de todos, que foi uma vaquinha entre eles. Tratava-se de 10 estatuetas de porquinhos, que o Cascão adorou e colocou logo na cômoda para enfeitar.


Chega a hora de comer o bolo e o Cascão comenta com o Cebolinha que estava tão feliz que até participaria de um plano infalível contra a Mônica. Só que, foi apenas o Cascão fechar os olhos, que, de repente, Cebolinha some bem na sua frente, deixando o Cascão chateado porque o deixou falando sozinho. Enquanto procura, ele nota que um dos porquinhos que ganhou de presente havia sumido na mesma hora, começando o mistério.

Nessa hora, Mônica aparece e o Cascão fala que uma estatueta e o Cebolinha sumiram, e ainda fala demais que iam bolar um plano infalível contra ela. Mônica fica braba e quando ela ia bater nele, some também de repente e, ao mesmo tempo, outra estatueta some.


Magali e Anjinho também somem, junto com outras 2 estatuetas e, com isso, Cascão, que já estava preocupado, fica desesperado com esses misteriosos desaparecimentos. Então, ele encontra o Franjinha e conta o que estava acontecendo, e o Franjinha comenta que estava parecendo com a história do livro que leu, com a diferença que a cada estátua que sumia, uma pessoa era assassinada. Eles vão procurar a turma, mas quando o Cascão vai olhar que outra estátua sumiu, O Franjinha desaparece também. Nessa altura, só restavam 5 porquinhos na cômoda.


Cascão se desespera de vez e vai procurar seus pais e o Chovinista que sumiram também, restando só 2 estatuetas, representando ele e o Bidu, que se afasta por causa do cheiro do Cascão e acaba sumindo também, restando apenas o Cascão e uma estatueta na casa. Ele tem ideia de fugir, mas a chuva o impede e ele preferiu enfrentar o perigoso assassino a chuva.

Quando chora, raios lá fora e uma batida na porta dos fundos dão um ar mais aterrorizante à história e o Cascão pensa que é o assassino que vai pegá-lo. Fala que não vai ser pego sem luta e arruma uma vassoura pra enfrentar o assassino. Quando bate, viu que era o pai, só que estava todo branco, assim como sua mãe e todos os seus amigos que estavam juntos e o Cascão pensa que viraram fantasmas.


A partir daí, o mistério é desvendado. O fermento do bolo estava estragado e deu dor de barriga em todo mundo e todos que tinham que correr às pressas fazer fila no banheiro e o Cascão não os procurou lá. E as estatuetas sumiam porque o Chovinista pegava uma a uma com a intenção de quebrá-las porque estava com ciúmes.

Mistério resolvido, a festa continuou, mas Cascão e Cebolinha acabaram apanhando da Mônica no final pela tentativa de bolarem plano infalível contra ela, terminando assim a história incrível.


É uma história de qualidade, parodiando a história do livro "O Caso dos Dez Negrinhos", da inglesa Agatha Christie, contada ao modo da turminha. Legal o narrador no início recomendando que se a pessoa é sensível, que pule para a história seguinte, ou que evitem chiliques pra não atrapalhar quem está lendo. Uma boa sacada.

Os traços são excelentes, as expressões do Cascão emocionado ao ganhar o presente e ele desesperado são ótimas. Muito bom a hora em que o Cascão preferir ficar em casa, já que a chuva é mais aterrorizante do que um assassino. Muito engraçado. E adoro também o Cascão desesperado e falando sozinho. Histórias dos personagens falando sozinho costumava ser ótimas mesmo. Na postagem, coloquei a história completa.


Curiosamente, nessa história, o Cascão fazia aniversário em agosto, quando a revista foi lançada em 1988. Nessa época em que ela foi publicada, os personagens não tinham data de aniversário definida e em qualquer mês e edição podia sair história de aniversário, quando bem entendessem, já que histórias assim saiam só de vez em vez em quando e raro em histórias de abertura, como essa. Foi a partir de 1994 que os personagens ganharam uma data fixa de aniversário e, desde então, em todos os anos têm histórias de aniversário em seus respectivos meses. 

34 comentários:

  1. Muito boa essa história! Esses traços com expressões facias sem exageros daquela época são sensacionais! É por essas e outras que as hqs de Mônica e cia, da segunda metade dos 80 até meiados dos 90 são as minhas preferidas! Ah, o politicamente incorreto... Ultimamente estou tentando conhecer mais histórias (e matando saudades de outras) daquela época através de almanaques e afins. Foi isso que me fez chegar a esse blog (li todo o conteúdo em menos de 2 semanas, isso porque também venho lendo gibis e pockets nesse ínterim!). Meus sinceros parabéns por regastar tanto material maravilhoso e por compartilhar os ótimos comentários conosco! Um grande abraço desse trintão comprador/leitor de gibis, que ainda aprecia a obra do genial Maurício de Sousa! Virei frequentador!

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    1. Valeu Fábio, q bom q vc tá gostando do blog.A ideia é essa de resgatar os bons momentos.

      Sobre: "É por essas e outras que as hqs de Mônica e cia, da segunda metade dos 80 até meiados dos 90 são as minhas preferidas!"

      Também são as minhas preferidas, daí a maior concentração dessas hqs aqui. Os traços dessa hq são fantásticos mesmo. E o roteiro, nem se fala.

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  2. "Hoje em dia não há mais cenas de vassourada ou pessoas segurando machadinhos." :P

    Marcos, eu já vi várias histórias em almanaques do Chico que eles censuram nudez nas cenas deles nadando no ribeirão e tals.
    Eu não gosto desse tipo de cena, pra dizer a verdade, mas acho falta de respeito mudar os desenhos que alguém teve o trabalhão de desenhar e colorir tempos atrás.
    Fico pensando se eles vão censurar as capas tipo a que você postou há um tempinho, na CHTM.

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    1. "acho falta de respeito mudar os desenhos que alguém teve o trabalhão de desenhar e colorir tempos atrás."

      Falou tudo, Ana. É isso que eu não gosto quando alteram os desenhos ou o texto nos almanaques. Algumas até são mudanças bobas e que alteram o trabalho do artista da época. Acho absurdo isso. Se é incorreto, é só não republicar.

      Quanto a alteração na capa na CHTM, acho q não vão mudar. Acredito q não colocariam uma cueca no Chico, por exemplo, naquela capa. Se bem q teremos q esperar até a CHTM nº 200 pra saber se vão mudar ou não... por coincidência, aquela revista é a verdadeira nº 200 do Chico, se não tivessem mudado de editora...

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  3. Super ótima HQ, Marcos! Uma daquelas HQs da turma que mistura terror, suspense e humor. Mas já que a história é de 1988, será que ela já foi republicada? Porque como é uma HQ de aniversário, deve ter sido republicada em Um Tema Só # 21 - Mônica - Aniversários (Ed. Globo, 1998) ou algum almanaque do Cascão. Me fale se essa HQ já foi republicada. Aliás, boas HQs que são uma mistureba de humor e terror e também que você devia falar são Uma Noite de Terror (MG # 151, Ed. Globo, 1995), O Caça-Fantasmas (CC # 355, Ed. Globo, 2000), Entrevista com o Vampiro com o Zé Vampir (não sei qual gibi que publicado essa HQ, provavelmente deve ser do Cascão, que também foram publicadas HQs do Bidu e do Penadinho), Zumba com a participação de Pipa (CC # 316, Ed. Globo, 1999), Contos Arrepiantes - A Mansão do Terror (CC # 311. Ed. Globo, 1998), Caskenstein (CC # 92, Ed. Globo, 1990), Aquele Que Não Tem Medo (CC # 140, Ed. Globo, 1992), Acampamento do Terror (CB # 191, Ed. Globo, 2002), Filmes de Terror (CB # 62, Ed. Globo, 1992), Halloween na Roça (CHB # 413, Ed. Globo, 2002), Morto de Medo? (CHB # 47, Ed. Globo, 1988), Um Amor Dentuço (MN # 54, Ed. Globo, 1991), O Plano do Espanto (CB # 145, Ed. Globo, 1998), O Terrível Homem do Saco e Suspense, Pânico, Terror (CB # 80, Ed. Globo, 1993), etc... Muitas dessas HQs citadas são boas e nem sei se a maioria foi republicada. Diz aí se você conhece alguma dessas HQ e também me responde se a HQ de aniversário do Cascão que você falou já foi republicada, beleza?

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    1. Daniel, uma ajuda: "Entrevista com o Vampiro" saiu em Cascão #227, de Setembro de 1995.

      Tô ficando craque com essas ajudas!

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    2. Daniel, conheço a maioria, só as de 2000 em diante q não. A maioria dessas foram republicadas no Almanaque Temático nº 24 de Histórias de Terror (Ed. Panini, 2012), que pra variar não comprei rs.

      Essa hq do Cascão da postagem foi republicada em "Coleção Um Tema Só # 21 - Mônica - Aniversários" (Ed. Globo, 1998).

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  4. Só para ser chato: atualmente, não podem mais utilizar o título "O Caso dos Dez Negrinhos", pois seria "racista". No Brasil e em vários Países, mudaram o título original "Ten little niggers". Ridículo este tempo em que vivemos!

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    1. Quer dizer que deixou de existir negros por acaso?

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    2. "Ridículo este tempo em que vivemos!"

      Põe ridículo nisso, kleiton. Pior qé verdade, o nome foi alterado mesmo. Parece q agora é "E não sobrou nenhum".

      Para a patrulha do politicamente correto e até para os próprios negros, "negrinho" é discriminação. Se a raça é chamada negra, não vejo problema nenhum. Vai chamar de q então? È falta do q se preocupar.

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    3. Heri, sim. Agora é afrodescendente. O negros do brasil morreram do dia para noite e surgiu esta nova raça. Além do título que o Marcos acabou de citar, tb utilizam O Caso dos Dez Indiozinhos. Triste, véi....

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  5. Essa história da Agatha Christie é a minha preferida! Amei a história do Cascão! Já vi que mudaram o nome do livro nas bancas, mas esqueci como se chama. Arrasou, Marcos!

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    1. Natália, mudaram o nome do livro para "E não sobrou nenhum"... absurdo! Um bom livro mesmo.

      Valeu! Q bom q gostou da história. É maravilhosa.

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  6. Aposto q essa capa seria censurada hj por rabiscarem o popô do Jotalhão...

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  7. História boa, traços melhores ainda...

    Certa vez o Emerson Abreu falou q não criam histórias com Deus hoje em dia pq teriam q criar histórias sobre as outras religiões. Não acho: se a maioria dos brasileiros é católica ou evangélica, então não há por que não colocar histórias assim. E sempre citam histórias com reencarnação, q é tipicamente de temática espírita, na turma do Penadinho! Ainda me surpreendo q tenham colocado um terço na mão da Dona Cotinha em Chico Bento Moço #1... É só uma questão dos roteiristas, penso...

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    1. Os traços da hq são ótimos, muito boas as expressões faciais do cascão de emoção, desespero... gosto muito. Do jeito que implicam com tudo, não duvido mesmo q essa capa seria aprovada hj.

      Realmente, eles não colocam mais hqs com teor religioso. Se bem q eles eram voltados ao católico e ao espírita, nas hqs do Penadinho. Nunca vi hq evangélica com a turma. e isso deve causar ira deles, aí para evitar isso, aí aboliram hqs assim.

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    2. Veja só: eu sou evangélico. Mesmo assim, eu gosto de histórias católicas, q pode ser, por exemplo, a sua religião. Acho q hqs com temática assim nos davam uma nova ótica da vida. Mas penso q é só uma questão deles: Chico Bento Moço #1 teve um terço na mão da D. Cotinha! O q acho é q a sociedade se tornou cética demais, como se vivêssemos e, depois da nossa morte, não acontecesse mais nada conosco! De minha opinião, não ligo se é católico, até acho bom, pra reavivar a imagem deles. Deixemos para a Globo abordar as outras religiões, com suas novelas espíritas, e agora, budistas...

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    3. Ensinando coisas boas, tbm acho q não tem nada a ver hqs religiosas envolvendo qualquer religião. mas sabe como é o pessoal, implicam com tudo e com certeza implicam com isso.

      O terço da D. Cotinha em Chico Bento Moço #1 foi uma rara exceção recente, foi até mais pra mostrar a fé dela para o Chico passar no vestibular.

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    4. Penso q essa situação do terço nos dá uma esperança de histórias assim. E penso q é só os roteiristas proporem algo assim, como o Emerson Abreu faz: coloca baratas na cabeça do Cebolinha, faz a turma entrarem em uma caverna, etc, etc, etc... pois o politicamente correto comanda tudo lá, e ele está dando uma virada nisso, mesmo com 4 quadrinhos por página, histórias longas...

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    5. De qualquer forma as hqs feitas pelos roteiristas tem q ter aprovação do Maurício. Às vezes, alguma situação incorreta de leve o Maurício deixa passar, pra não ficar tão chato. Não duvido q muitas hqs do Emerson devem ter sido reprovadas pra publicação.

      Enfim, sempre q tem algo incorreto nas hqs é bem vindo, mesmo q seja de leve.

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  8. Muito legal! Tudo era melhor nesse tempo! Capas, roteiros, desenhos! Hoje não gosto das caretas que desenham, das expressões, mas nessa época até isso eu gostava muito! Essa HQ junta elementos que hoje em dia os roteiristas não podem utilizar, por exemplo: parodiar filmes de terror! Foi republicada em algum almanaque? Obrigado pela postagem amigo.

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    1. As expressões do Cascão nessa hq são excelentes, principalmente ele emocionado. Parodiar filmes de terror e ainda envolvendo crimes e assassinatos, hj nem pensar.

      Uma pena, pq no caso da turminha é só humor, independente do tema. na cabeça deles, deve ser pq não deve brincar com coisa séria. Ridículo.

      Essa hq do Cascão foi republicada em "Coleção Um Tema Só # 21 - Mônica - Aniversários" (Ed. Globo, 1998).

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  9. Eta, Marcos essa é uma das melhores HQs de niver do Cascão que eu á li...tenho essa HQ num dos temáticos de aniversários e que bela capa desta edição com o Jotalhão! ;)

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    1. Muito show essa hq... hilária. A capa tbm é muito legal. nessa época já era raro o Jotalhão aparecer nas capas junto com a turminha. Ficou bacana.

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  10. Infelizmente preconceito e desrespeito existem, é a falta de educação sim... em relação aos negros, acho bobagem em mudar o nome só por causa disso.

    Já da hq do cascão, o sumiço das miniaturas foi bem bolada, como toda a hq. Abraços

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  11. Na realidade O Caso dos Dez Negrinhos é uma canção do folclore inglês muito popular assim como ''ciranda cirandinha'', ''borboletinha, ta na cozinha'' e etc. Em momento algum há preconceito contra negros nesse livro.

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  12. No livro não tem preconceito, mas sim no título, já q teve seu nome alterado.

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  13. Cascão e Magali na capa? É difícil ver os dois juntos, ainda mais na capa... Olha, mesmo com Cascuda e Quinzinho, eu sempre achei que os dois formavam um belo casal...

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    1. A Magali aparecia bem nas capas dessa época, até para divulgar o gibi dela q estavam com planos de ser lançado. Até q eles não seriam um casal ruim, mas até q sempre gostei de ver o Cascão e Cascuda juntos.

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    2. Marcos, sabe qual é o problema dessa capa? É que hoje em dia, ela seria proibida, pelo fato do Cascão desenhar no popô do Jotalhão, ou melhor dizendo, bunda! KKKKKKKKKKKKK! Abraços!

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    3. Sim, eu sei. Implicam com tudo, pq nao iria implicar com isso. Uma pena pq é uma bela capa.

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  14. Ótimo post, como sempre! Tanto que compartilhei no meu blog: http://espacomauriciodesousa.blogspot.com.br/2015/11/o-caso-dos-10-porquinhos.html =D

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  15. Eu sei que essa postagem é de 2013 e que eu estou comentando em 2020, mas em 2017, quando você postou a HQ Surpresa Atrás da Cortina, você disse que, quando os roteiristas não tinham a obrigação de fazer historinhas de aniversário todo ano, quando faziam elas saíam mais soltas e criativas.

    Quando fizeram os aniversários em meses fixos em 94, foi até uma boa ideia, com as histórias de aniversário nos anos 90 sendo criativas e bem boladas, como Aniversário Infalível (do Cebolinha, em outubro de 94) e Aniversário Macabro (da Mônica, em março de 95).

    Porém, nos anos 2000, meio que as HQ's desse tipo tiveram um declínio, e isso só piorou quando eles foram da Globo pra Panini... E a ideia de 94 ficou meio anulada por causa disso.

    Eu sou um adolescente, e eu tenho um sonho: trabalhar como roteirista e desenhista na MSP. Mas, eu não faria historinhas bobinhas e com personagens dando exemplo, mas sim HQ'S que resgatem a Turma que agradou a muitos até 96,97 e 98...

    E eu tenho a te agradecer por ter criado esse blog, pois foi um dos fatores a me levar a fazer HQ'S inspiradas nos anos de ouro da Turma da Mônica. :)

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